A nota do curso no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) pode ser utilizada por headhunters e profissionais de Recursos Humanos na hora de contratar um profissional. A informação é do consultor de RH e diretor da Bazz Recursos Humanos, Celso Bazzola. Ele, no entanto, afirma que nem todas as empresas fazem isso, ou o fazem apenas para diferenciar candidatos semelhantes. “As grandes empresas utilizam essa informação, justamente para o desempate. Se, em caso de dois candidatos muito iguais, um deles se formou em uma universidade que teve uma nota maior, isso pode ser considerado”, afirma. A prática ainda não é tão comum em empresas de menor porte, acredita Bazzola. “Como o Brasil é movido por pequenas e médias empresas, esse critério ainda não é tão observado”, explica. Para não assustar os futuros candidatos, ele também esclarece que tudo é feito com cautela.
“(O Enade) é uma média de todos os estudantes, então você não pode penalizar um grande profissional porque outros estudantes daquela instituição tiveram uma nota menor”, opina. A vice-presidente da seccional baiana da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Margot Azevedo, concorda que a prática não é muito utilizada, mas que o mercado ainda valoriza uma instituição de renome. “Embora hoje isso tenha um peso menor, o mercado ainda valoriza instituições que são nomes de referência na formação de algumas áreas, como a FGV na área de negócios, a ESPM na área de marketing”, diz. Para ela, os profissionais de RH ou daquela área já sabem quais são essas instituições, sem precisar da indicação do Enade. Confira a reportagem do Correio.
Cursos no interior
Algumas instituições de ensino superior sediadas no interior da Bahia foram muito bem no ranking estadual, por vezes ficando à frente de faculdades tradicionais da capital. Os cursos de Direito da Faculdade Nobre de Feira de Santana (FAN) e de Ciências Contábeis e Psicologia da Faculdade Anísio Teixeira (FAT), também em Feira, ficaram acima de qualquer faculdade privada de Salvador.
Nos pólos regionais também há destaque para algumas instituições. No Sudoeste, a Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) de Vitória da Conquista conseguiu um Conceito Preliminar de Curso (CPC) mais alto que universidades públicas em cursos como Direito, Psicologia e Administração.
“Fizemos uma radiografia das questões e trabalhamos questões com os alunos, aplicando provas complexas”, afirma o diretor da unidade, Sérgio Magalhães, explicando que a faculdade aplica treinamentos. Na prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), no entanto, a FTC costuma ficar atrás da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
No Norte baiano, quem ficou melhor colocada foi a Faculdade Ages, na cidade de Paripiranga. No Oeste, a Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira (Faahf), de Luís Eduardo Magalhães, teve os melhores resultados. No Sul, nenhuma faculdade privada se destacou.
Psicologia
Os cursos de Psicologia da Bahia tiveram resultados positivos. Destaque para os da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Ufba – Salvador -, em 3º, 7º e 10º lugar, respectivamente, entre as graduações de Psicologia do país.
O que explica, para o coordenador da Comissão de Formação do Conselho Regional de Psicologia, Anderson Fontes, é o enquadramento às diretrizes curriculares. “Embora ainda tenha o que melhorar, esses cursos têm seguido as diretrizes e acredito que isso contribuiu”, opina.
A coordenadora do curso da Uneb, Ana Maria Portela, fundado em 2011 e cuja primeira turma formada foi justamente a que fez o Enade 2015, comemora o resultado e acha que o diálogo entre corpo docente e discente foi a receita para o sucesso. “Durante o percurso das primeiras turmas, fizemos uma reforma curricular, com participação de alunos e professores. Fizemos alterações, preparamos melhor o conteúdo de algumas disciplinas”, relata.