Nos próximos dois anos, 500 jovens baianos terão a primeira experiência no mercado de trabalho. Eles foram convocados pelo Programa Primeiro Emprego, do Governo do Estado, que oferece vagas para estudantes oriundos de cursos técnicos da rede estadual, e irão trabalhar em órgãos públicos, 300 deles em Salvador e 200 no interior da Bahia. Chance de mostrarem tudo que aprenderam durante a Educação Profissional e de se prepararem para o futuro. Futuro que já começou nesta terça-feira (28), em evento realizado no Hotel Devile, em Itapuã, na Capital Baiana, onde os convocados foram recepcionados pelo governador Rui Costa.
Para o governador, o programa não oferece apenas oportunidade para aqueles que já concluíram seus cursos, mas um estímulo para os que estão na Educação Profissional. “Procuramos estimular o aumento do desempenho dos jovens nas escolas técnicas, já que a seleção depende do desempenho dos estudantes durante os três anos de curso, através de um ranking. Com isso, queremos dizer aos estudantes que só depende deles Esse é um programa social. O jovem terá todos os direitos garantidos, porque esbarramos na dificuldade de conseguir um emprego sem ter experiência, mas não tem ninguém oferecendo essa oportunidade. Agora é diferente. Estamos oferecendo esse primeiro passo”, explicou Rui. >>>>>>
Primeiro passo e mudança de vida para estudantes como a técnica em informática, Beatriz Stephanie Martins, 19 anos. Filha de mãe doceira e de pai segurança, ela afirmou que é o orgulho da família, que comemorou muito a primeira contratação. “Desde quando eu comecei o curso técnico, eles se preocupavam em como eu iria ingressar no mercado de trabalho, mas apostaram na minha educação e me incentivaram o tempo todo. A notícia de que eu tinha sido convocada e que começaria a trabalhar foi muito comemorada em casa. Eles ficaram muito felizes e eu também. Estou muito confiante que, mesmo depois desses dois anos, vai ser muito mais fácil conseguir um trabalho depois de ter acumulado experiência”.
Meta é oferecer emprego nove mil jovens
Os jovens integram a segunda turma de convocados e somam-se aos 529 jovens selecionados na primeira turma e a outros 434 que já estão em processo de contratação. A ação é válida para os que terminaram o curso técnico a partir de 2015, e eles são contratados via intermediação da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), via o Sinebahia. Cerca de cinco mil jovens já se inscreveram pelo Portal da Educação (educacao.ba.gov.br) ou o site do programa (
primeiroempregobahia.com.br) e os convocados estão sendo contactados pelo telefone. Por isso, é preciso estar com dados atualizados no site. Serão contemplados aqueles que tiveram o melhor desempenho dentro da sala de aula. Um ranking de rendimento foi elaborado pela Secretaria de Educação do Estado e reúne uma média de todas as notas obtidas pelo aluno durante o curso.
A meta do programa é oferecer o primeiro emprego para nove mil jovens oriundos da rede estadual de Educação Profissional, formados a partir de 2015. São 4.500 vagas entre novembro de 2016 a novembro de 2017, e outras 4.500 entre novembro de 2017 e novembro de 2018, no setor público. A oportunidade pode surgir em secretarias e órgãos do governo estadual, ou ainda empresas públicas e privadas, parceiras do programa. Até o momento, mais de 80 empresas privadas já manifestaram interesse em participar da iniciativa.
O secretário estadual da Educação, Walter Pinheiro, informou que estão sendo oferecidas vagas em todas as 1.300 escolas espalhadas em todo o estado. “Precisamos de jovens que vão trabalhar nas secretarias das escolas, na área de informática, que auxiliar efetivamente na área onde se formou na nossa rede. Estamos tentando trabalhar, por exemplo, jovens que se formaram em edificações, na área de construção civil, para atuar em estruturas como a Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento]”.
Segundo ele, há necessidade de alocação de jovens nos 417 municípios. “Mas não temos Educação Profissional em todos esses municípios. Por isso, estamos trabalhando para que alguns estudantes optem em trabalhar em outra cidade que não aquela em que ele fez o curso. O esforço tem sido, portanto, no sentido da gente mapear e, ao mesmo tempo atender à demanda de colocação desses jovens nesses locais de trabalho, em todo o estado”.
Segundo o presidente da Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), uma das empresas parceiras, Jones Carvalho, receber esses jovens é uma forma de fortalecer a educação profissional. “Eu também já fui aluno da escola técnica e vivi ‘na pele’ a dificuldade de ingressar no mercado de trabalho. E essa oportunidade é também uma garantia de que todo o esforço feito pelo setor público para investir nesses jovens terá efeito, com a garantia que seguirão na profissão que escolheram”.
Para a secretária da Setre, Olívia Santana, a Bahia está na contramão do restante do País. “Em tempos economicamente difíceis como os que temos vivido, estamos oferecendo emprego, criando oportunidades para jovens, muitos negros, de periferia, dos rincões do interior do nosso estado. Isso significa perspectiva para juventude. É política pública de qualidade para o futuro do nosso País. É posicionar esses meninos e meninas no mercado, como capazes que são de assumir suas funções pela formação que receberam”