O estudante suspeito de agredir e matar a jovem Jéssica Nascimento da Silva, de 21 anos, que estava grávida de aproximadamente 4 meses, em Vitória da Conquista, ainda não foi preso um ano após o crime. O suspeito, o estudante de Engenharia Américo Francisco Vinhas Neto, de 25 anos, chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto mediante pagamento de fiança de R$ 5 mil. Após as agressões, Jéssica ainda chegou a ser socorrida para o Hospital Geral de Vitória da Conquista, mas morreu dias depois. O advogado do suspeito, Gutemberg Macedo Junior, disse que o cliente foi liberado porque a Polícia Civil configurou inicialmente o caso como violência doméstica, já que a jovem ainda não havia morrido, e entendeu que a situação era afiançável.
Dias depois, no entanto, após a morte da jovem, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva do suspeito, que foi acatada pela Justiça, mas ele nunca mais foi localizado. A família da jovem morta ainda busca uma resposta da Justiça. “Muita saudade. Inclusive, teve o aniversário dela dia 11 de março, quando ela faria 22 anos. Foi muita dor, muito choro, muita falta mesmo”, relata a tia da vítima, Elma Augusto. Segundo a investigação, Américo teria agredido a companheira em uma festa na casa da vítima. Ela perdeu o bebê por conta das lesões que sofreu. Segundo a investigação, Américo teria agredido a companheira em uma festa na casa da vítima. Ela perdeu o bebê por conta das lesões que sofreu. Leia na íntegra a reportagem do G1.
“A autoridade policial tinha conhecimento do estado grave de Jéssica, tinha conhecimento de que ela estava grávida e mesmo assim foi arbitrada uma fiança no valor de R$ 5 mil reais. O Américo pagou essa fiança e foi solto”, lamentou a advogada da família de Jéssica, Nadia Cardoso.
Segundo o advogado do suspeito, em depoimento, ele negou que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima e relatou ter feito uso de drogas e bebida alcoólica no dia da agressão, além de afirmar que não sabia que a jovem estava grávida. A família da jovem também relatou não saber que ela estava grávida.
Duas testemunhas da morte de Jéssica afirmaram, em depoimento à polícia, que o suspeito de cometer o crime discutiu com a vítima após ela usar o aplicativo WhatsApp. Uma das testemunhas afirma que Américo ficou “alterado” após usar drogas junto com o grupo de três amigos que estavam na casa da vítima no dia do crime e “começou a implicar” com a vítima quando ela usava o aplicativo de mensagens.
A advogada da família da vítima, Nádia Cardoso, defende que o suspeito cometeu o crime por ciúmes, ao ver que a jovem estava usando o celular. Ela defende que o suspeito responda pelo crime de homicídio qualificado, cuja pena pode chegar a 30 anos.
Américo foi indiciado pela polícia por lesão corporal seguida de morte e dano qualificado. O primeiro com pena de até 12 anos e o segundo com pena de até 3 anos. O inquérito foi concluído pela polícia no dia 25 de maio, um mês após o espancamento de Jéssica. Ela morreu no dia 10 de maio, após ficar internada em hospital em coma induzido.
Luto
Enquanto ainda não há informações sobre o paradeiro do suspeito, a familia de Jéssica continua em luto e espera que a Justiça seja feita. “A gente só vai ficar feliz, entre aspas, quando ele estiver preso”, diz a tia.
O crime contra a jovem virou até projeto de conclusão de curso de uma estudante de jornalismo de Vitória da Conquista. A aluna Natália Rocha estudou as publicações na imprensa sobre o caso e vai apresentar o trabalho na faculdade. “Acredito que Jéssica seja um ponto de partida para a gente discutir um tema que é mais amplo, que é a violência contra a mulher aqui na região sudoeste da Bahia”, afirmo Natália.
A reportagem não conseguiu contato com o delegado que está à frente dio caso. A defesa de Américo Francisco Vinhas disse que ele teve a prisão preventiva decretada, que o inquérito foi concluído e que o habeas corpus está pendente no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).