
Um circuito de bandas baianas da capital e do interior até janeiro no ano que vem. Este é o Projeto Caravana da Música, iniciativa que pelo segundo ano percorrerá 10 municípios baianos promovendo a circulação de artistas com apresentações gratuitas em espaços públicos e oficinas. A abertura será em Vitória da Conquista, no próximo sábado (30), às 19 horas, na Praça da Escola Normal, com a banda Maglore e contará com o show de abertura do artista Achiles, vencedor do Prêmio Caymmi na categoria melhor interprete masculino. O Caravana da Música ainda vai passar por Senhor do Bomfim, Juazeiro, Camamu, Ilhéus, Lençóis, Lauro de Freitas, Euclides da Cunha, Cachoeira e Santo Amaro, recebendo apresentações de nomes como Attooxxa, Africania, Bando Velho Chico, Dão e a CaravanaBlack, Botequim, Lucas Santtana, Samba Chula de João do Boi, Sertinília e Skanibais. Realizado pela Maré Projetos Culturais, com patrocínio da Vivo e Governo da Bahia, por meio do Fazcultura, programa de incentivo fiscal da Secretaria da Fazenda e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.
A Maglore já tem uma relação de proximidade com o público de Vitória da Conquista e deve mostrar um pouco do seu trabalho já consagrado pela crítica especializada e apresentar algumas faixas do seu novo álbum, Todas as Bandeiras, quarto disco da banda, lançado neste mês. “Estamos bem felizes em voltar a tocar em Conquista. Desde nosso primeiro show na cidade, em 2010, o público sempre foi muito receptivo. E agora, lançando um disco novo, acreditamos que não vá ser diferente. Estamos ansiosos! Ainda mais porque o show vai ser parte da programação de um projeto bacana como o Caravana da Música, que vai possibilitar esse intercâmbio musical da capital com o interior do estado”, declara Lelo Brandão, guitarrista e tecladista do grupo.
Para o cantor Dão, “retornar a uma cidade que nos recebeu de uma forma muito bacana é uma alegria. Além do show, vamos realizar um workshop de composição, apresentando experimentos e composição, além de trajeto e influências, o que será uma oportunidade única partilhar com os participantes da oficina”. O artista levará sua blackmusic para Lençóis, em novembro.
A programação conta com nomes que já tem uma larga caminhada na cena baiana, a exemplo do cantor Lucas Santana, que vai encerrar o circuito Caravana da Música, em janeiro de 2018, chegando a Santo Amaro. “Feliz de participar da Caravana da Música, levando arte para o estado da Bahia. Arte não é só entretenimento, mas também reflexão. Ainda mais no momento que vivemos. Minha segunda vez em Santo Amaro, mas será como se fosse a primeira. Não só porque já faz muito tempo, mas também por ser uma cidade berço da música brasileira” afirma o músico.
O Caravana da Música promove a interiorização da música baiana e difusão da produção artística e estima chegar a 10 mil espectadores. Os nomes que compõem a programação foram selecionados por meio de uma chamada pública que contou com 250 inscritos, submetidos à avaliação da curadoria formada pelo jornalista Luciano Matos, os produtores culturais Ivanna Souto e Luizão Pereira. Foram avaliados aspectos como diversidade de gênero entre os inscritos, iniciativas que valorizam o diálogo entre ritmos e difundam a brasilidade com criatividade e a trajetória do artista/ banda, bem como demandas técnicas e logísticas. De acordo com Fernanda Bezerra, diretora da Maré Produções Culturais e idealizadora do projeto, “Caravana da Música é um dos principais projetos, realizados hoje na Bahia, destinados a interiorização da música contemporânea autoral produzida por artistas baianos. A segunda edição chega para amadurecer este projeto que busca promover a ocupação e dinamização cultural do espaço público”.
“O Caravana reflete bem o que tem acontecido no cenário da música baiana, em que existe uma produção rica, que foge de estereótipos e estilos vinculados a uma indústria ou ao momento do carnaval. Nessa edição ficou mais forte a participação dos grupos do interior do estado. Temos uma diversidade grande, mas o desafio de circulação da produção pelo Estado, seja pela dimensão territorial, seja pelos desafios econômicos para cultura. Gostaria que pudéssemos ter mais iniciativas como essa para ver movimentar a riqueza que aqui existe” acrescentou o jornalista Luciano Matos.
Maglore – Quarteto de canção popular brasileira com referências de pop e rock psicodélico, a Maglore é formada por Teago Oliveira (voz e guitarra), Lucas Oliveira (voz e baixo), Lelo Brandão (Teclados, guitarra e voz) e Felipe Dieder (bateria). A trajetória do grupo, apontado pela mídia especializada como um dos nomes mais fortes do novo cenário nacional, soma seis anos. A banda acaba de lançar seu mais novo trabalho, Todas as Bandeiras, considerado um disco mais autoral, mais maduro e político.
A Maglore entende que é uma banda em constante deslocamento, sem uma zona de conforto definida: rock demais para quem gosta de música pop, pop demais para quem gosta de rock; líricos demais para quem gosta de peso e barulhentos demais para os mais poéticos, mainstream para os que não gostam de música comercial e underground para os que fazem pouco do mercado alternativo, o grupo baiano também encontra-se num limbo etário – é o irmão caçula de uma geração de artistas que se firmou nos últimos dez anos e é o irmão mais velho de uma nova geração de bandas que vem se estabelecendo de alguns anos para cá. Mas isso não desencoraja o público, cada vez maior e mais ávido pelas considerações levantadas pela banda em seus shows, em suas músicas, em seus discos.
Interiorização – Segundo o superintendente de Promoção Cultural da SecultBA, a iniciativa valoriza a produção baiana e divulga a nova geração de músicos. “O Fazcultura tem como propósito patrocinar a cultura, viabilizar os novos e também os atores já consagrados no meio cultural local. Os patrocinadores têm a oportunidade de investir em atividades dos mais diversos formatos e tamanhos. É uma grande oportunidade para as empresas ter seus nomes alinhados com produtos e eventos de qualidade”.
Para a Vivo, principal patrocinadora e forte incentivadora da cultura baiana, o projeto Caravana da Música tem relevância ao promover a diversidade musical e a valorização dos talentos locais. “Ficamos muito felizes em participar deste projeto, que promove a diversidade e a democratização da cultura na Bahia”, revela o diretor Regional Nordeste da Vivo, Renato Pontual.
Em 2016, a Vivo aplicou mais de 3,8 milhões de reais em nove diferentes projetos no Estado, que beneficiaram aproximadamente 200 mil pessoas. Neste ano, já foram incentivadas pela operadora 12 iniciativas ligadas à música e ao teatro.
FAZCULTURA – Parceria entre a SecultBA e a Secretaria da Fazenda (Sefaz), o mecanismo integra o Sistema Estadual de Fomento à Cultura, composto também pelo Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). O objetivo é promover ações de patrocínio cultural por meio de renúncia fiscal, contribuindo para estimular o desenvolvimento cultural da Bahia, ao tempo em que possibilita às empresas patrocinadoras associar sua imagem diretamente às ações culturais que considerem mais adequadas, levando em consideração que esse tipo de patrocínio conta atualmente com um expressivo apoio da opinião pública.
Serviço
Abertura do projeto Caravana da Música – Show Maglore, com participação de Achiles
Dia 30 de setembro, às 20h, na Praça da Escola Normal
Gratuito
Conheça os artistas e calendário de shows do Caravana da Música
Africania – (Ilhéus, 19 de novembro) – Assentadas na resistência e na sacralidade da cultura afro-brasileira, as percussões representam a bússola do grupo Africania. A identidade sertaneja do grupo, além de asseverar o respeito ao divino e o vigor dos batuques, revela sua hospitalidade quando acolhe influências do afro-jazz, da música caribenha e do acid-rock. É com a consciência de suas raízes, que o grupo se reconhece enquanto semeador de uma sonoridade universal. Idealizado em 2006 por Bel da Bonita, Africania contabiliza em seu currículo sete discos (seis destes inéditos ainda), além de ter concebido três trilhas sonoras para filmes.
Attooxxa – Juazeiro, 28 de outubro – A farta obsessão em atingir a sonoridade que respondesse as expectativas da músicapop baiana, fez surgir o renascimento, uma revolução que aplaca sem pudor nem piedade os solos da capital, de fato, romper barreiras, principalmente sobre as questões que envolvem.
Essa correlação perdia-se com o tempo, as cordas, os camarotes. A necessidade de incluir a massa de fora das imediações no contexto total da história, uniu OZ e ÀTTOOXXÁ afim de ressignificar a música popular da Bahia.
Bando Velho Chico – Euclides da Cunha, 13 de janeiro – Revisitar as tradições musicais nordestinas, por meio da sonoridade ímpar do autêntico forró, é a proposta do Bando Velho Chico. A formação com músicos oriundos das mais diversas regiões da Bahia acaba por lhe conferir um estilo muito particular, pois agrega sotaques, gêneros e ritmos diversos. O Bando é marcado pela força do canto de todos os seus integrantes, pela brasilidade da harmonização musical, pela preservação da cultura ribeirinha e difusão do forró pé-de-serra. Os arranjos vocais dos cinco integrantes do Bando, em harmonia com instrumentos musicais típicos da tradição nordestina, também é um diferencial na performance do grupo.
Dão e a Caravana Black – Lençóis, 25 de novembro – Dão é uma espécie de pesquisador do balanço, artista literalmente comprometido com ritmos pulsantes, fazendo da sua música sempre uma festa. Influenciado por artistas como Tim Maia, Hildon, Cassiano, Jackson do Pandeiro, Jorge Ben, Carlos Dafé e outros guerreiros do balanço da música black brasileira, Dão traz para a nova geração um beat de reencontro que vem com teor de alegria e muito swing.
Grupo Botequim – Cachoeira, 20 de janeiro – O Grupo Botequim foi fundado em 2006 em Salvador BA, por músicos com vivência no universo do samba, e tem sua pesquisa musical voltada para o samba tradicional do Brasil. Carregando a bandeira da reverência ao samba tradicional, o grupo tem se destacado na cena musical da cidade, atraindo sempre um grande público cativo em diversos formatos de apresentações, seja rodas de samba pela cidade, shows em homenagem a grandes sambistas, participações e produções independentes de projetos culturais e eventos.
Lucas Santtana – Santo Amaro, 21 de janeiro – Em seu sétimo trabalho autoral, Lucas Santtana se reinventa ao apresentar o álbum “Modo Avião” (Natura Musical), em formato de áudio-filme. O disco tem a produção de Lucas Santtana e Fábio Pinczowski, textos e narração de Lucas e João Paulo Cuenca e um time de grandes atores para serem as vozes dos personagens dessa história.
Samba Chula de João do Boi – Lauro de Freitas, 16 de dezembro – Em Santo Amaro, o Samba Chula João do Boi foi criado em 2015 pelo líder João Saturno, mais conhecido como João do Boi, após deixar o Samba Chula de São Braz, grupo que ele fundou com seu falecido irmão Alumínio em 1995. João do Boi é um dos maiores representantes da tradição oral do Samba de Roda do Recôncavo, que é reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Imaterial da Humanidade, desde 2005.
Sertanília – Senhor do Bomfim, 27 de outubro – Sertanília é um grupo de Salvador (BA) que produz uma música universal, inspirada nas diversas manifestações culturais do sertão: coco, maracatus, sambadas e ternos de reis. Formado em 2010 é composto por Aiace (vocais), Anderson Cunha (violão, bandolim e viola) e Diogo Flórez (percussão)acompanhados pelos músicos João Almy (violão), Ricardo Erick (violoncelo),Mariana Marin (percussão), Raul Pitanga (percussão).
O grupo lançou seu segundo disco, intitulado Gratia (Natura Musical), em março de 2017. O álbum conta com 14 faixas, das quais nove são autorais. Com Gratia, o Sertanília aprofunda sua viagem ao universo do sertão antigo, iniciada em seu primeiro trabalho, Ancestral (2012).
Skanibais – Camamu, 18 de novembro – Dez instrumentistas apreciadores das levadas do ska jamaicano se juntam, em Salvador, para reinterpretar o gênero com um sotaque bem peculiar. Em atividade há três anos, o Skanibais faz uma enérgica fusão do reggae baiano. Com extravagantes metais, a sonoridade do grupo se destaca pela vivacidade rítmica e a versatilidade de seu repertório.