Beócia: No coração das trevas

Foto: BLOG DO ANDERSON

Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

A Beócia tem grandes rios, tão grandes que não seria errado afirmar que o Atlântico deságua em alguns deles. Não é absurdo, pois falamos da Beócia. A descoberta da Béocia se deu primeiro pelo Oceano. Depois, ingressando em águas nunca antes navegadas, fizeram incursões por seu interior. O descobridor trouxe consigo uma mensagem de um mundo velho, apresentada como algo melhor para os habitantes da nova terra, mas não revelou os mistérios escondidos em seu coração. Leia a íntegra.

A exploração da riqueza local foi o ponto crucial da descoberta. A conquista das riquezas era a importância da descoberta. Povos primitivos, território ou mesmo uma pretensão geopolítica, ao menos em aparência, não parecia ser o objetivo do grande empreendimento.

A Beócia foi explorada em suas riquezas, mais a pior exploração foi a escravidão das almas, dos aborígenes, dos negros e dos brancos pobres. Todos eles jogados no vala comum da exploração, da falta de oportunidades. Vítimas da ganância dos poderosos, permaneceram abandonados, esquecidos e sem vinculação com o futuro.

As elites da Beócia comportam-se de forma narcisista, ou quem sabe psicopática? É a minha análise de psiquiatra pé de chinelo. A ausência de empatia com as minorias, a indiferença para com o sofrimento imposto pelas desigualdades e a incapacidade de preocupar-se com as agruras impostas de forma deliberada, apenas confirmam que os demais, ou seja, os outros, são apenas o resto da humanidade do país que elas surrupiam.

A incapacidade de ver-se no outro, de sentir as suas dificuldades e buscar soluções que humanizam a vida, revelam somente a incapacidade de amar. Tudo isso muito próprio de um comportamento psicopático em que a preocupação é só, somente só, com os seus interesses pessoais. Foram hipnotizados pelas luzes dos salões e não conseguem mais se libertar desse encantamento. Não querem saber da justiça social. Os pobres, os índios e os negros formam uma lembrança sofrida que a elite não quer ver.

Pobre Beócia! Observar o teu quadro social é algo sofrido. Um “horror! Horror!

Tão sofrida. Tão explorada. Resta apenas a esperança, que é a única coisa que nos liga ao futuro, e assim será enquanto viver nesta distopia. 161117.

 


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