O estudante de Engenharia Civil Américo Francisco Vinhas Neto, suspeito de provocar a morte da namorada, que estava grávida, após agredi-la em uma festa, na cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, segue foragido mais de 2 anos após o crime. A agressão ocorreu no dia 25 de abril de 2016. Na época, o suspeito tinha 25 anos e chegou a ser preso, mas foi liberado após pagamento de fiança, no valor de R$ 5 mil. A polícia liberou o homem, porque a vítima ainda não havia morrido. A jovem, Jéssica Nascimento da Silva, de 21 anos, foi socorrida após a agressão, e ficou internada por 15 dias, no Hospital Geral de Vitória da Conquista, mas não resistiu aos ferimentos. O bebê também morreu em decorrência das agressões.
Após a morte da jovem, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva do suspeito, que foi acatada pela Justiça, mas ele fugiu. Américo Francisco é procurado desde então. Ao longo desses dois anos, a defesa do suspeito entrou com recursos para suspender o mandado de prisão, e o caso foi passado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). No entanto, nenhuma nova decisão foi tomada. Em entrevista por telefone à TV Sudoeste, afiliada da TV Bahia, a mãe da jovem pediu justiça. “Isso é uma grande injustiça, porque minha filha, que não tinha nada a ver, foi espancada dentro da casa dela. Morreu tão brutalmente, enquanto esse assassino está solto.
Eu confio na Justiça, né. Na justiça divina e na justiça dos homens. Ele vai ser preso”, contou a mãe de Jéssica, Jeane Augusta da Silva. Em contato com o G1, nesta segunda-feira (30), o advogado Tairone Ferraz Porto, um dos responsáveis pela defesa do suspeito, informou que o jovem só vai se pronunciar após decisão do STJ. O G1 tentou, mas não conseguiu contato com o delegado responsável pelo caso. Segundo a investigação, Américo teria agredido a jovem em uma festa na casa da vítima. Nem a família de Jéssica Nascimento e nem o suspeito sabiam da gravidez na época. A gestação de quatro meses só foi descoberta após a jovem dar entrada no hospital. Leia a reportagem do G1.
De acordo com a polícia, duas testemunhas do crime afirmaram, em depoimento, que o suspeito discutiu com a vítima após ela usar o aplicativo WhatsApp.
Uma das testemunhas afirma que Américo ficou “alterado” após usar drogas junto com o grupo de três amigos que estavam na casa da vítima, e “começou a implicar” com a jovem quando ela usava o aplicativo de mensagens. Segundo a defesa do suspeito, em depoimento, ele negou que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima, como relatou a família da jovem, e relatou ter feito uso de drogas e bebida alcoólica no dia do crime, mas que não se lembra do que aconteceu.
A defesa diz que o jovem bateu a cabeça na parede, perdeu a consciência e só se recuperou quando estava na delegacia, quando prestou depoimento e foi detido inicialmente.
O inquérito foi concluído pela polícia no dia 25 de maio, um mês após o espancamento de Jéssica. Américo foi indiciado pela polícia por lesão corporal seguida de morte e dano qualificado. O primeiro com pena de até 12 anos e o segundo com pena de até 3 anos.