Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]
Eu tenho uma relação afetiva com a Urbis I. A nossa família foi a segunda ou terceira a mudar-se para aquele conjunto habitacional. A primeira família foi do meu tio Euclides, casado com a tia Nem. Ali morei de 1972 até 1980. Com o seu elevado número de casas e com tão poucos moradores parecia uma cidade fantasma. Era longe de tudo. Não havia casas ou qualquer outro tipo de construção. Um deserto. >>>>>>
Nos domingos e feriados, eu me arriscava a sair andando, ou de bicicleta, por suas ruas desertas e era um lugar muito silencioso. Um lugar perfeito para quem buscasse solidão. Isso durou um bom tempo.
Mesmo depois de mudar-me para o Bairro Recreio, sempre voltava a Urbis Um para visitar meus tios e antigos vizinhos com os quais traçamos amizades e dois para rever o local que durante tanto tempo me serviu de moradia.
Um fato curioso é que o conjunto possui uma praça a cada quadra, diferente dos demais conjuntos, populares ou não, que foram construídos depois. Naturalmente que naquele tempo, devido ao pequeno número de moradores seria dispendioso manter devidamente urbanizada toda aquela área.
Depois de alguns anos fui morar no Bairro Candeias e a Rua Franklin Ferraz tornou-se caminho obrigatório para as minhas idas e vindas. Trata-se daquela rua em que uma extremidade está em frente ao supermercado Santo Antônio, enquanto a outra vai encontrar o Cetro de Cultura Divaldo Franco. Então, eu passo sempre pela Urbis Um, e por isso mato a minha saudade.
Todos os anos, no mês de julho, até o final de agosto eu visito um ipê amarelo localizado em uma das quadras pouco acima da Igreja N.Sª da Candeias. Tão bonito e imponente que é impossível ignorá-lo. Sempre envio fotos para pessoas amigas as quais se encantam.
Neste ano, fui um pouco além. Observei que aquela quadra estava abandonada. Visitei as demais quadras e percebi que o estado de cada uma delas é de longo abandono.
Embora com muitas árvores, não possuem uma organização que possa dar mais conforto aos moradores. Faltam equipamentos dos mais simples e que poderia oferecer uma visão mais aconchegante aos residentes. A união dos moradores com o poder público municipal poderia tornar as quadras em verdadeiros jardins e aquele conjunto seria o mais bonitos de todos da nossa cidade, pois não há nem um outro que tenha tantas praças, ademais seria uma forma de valorizar os imóveis, sem contar o bem estar para os moradores. VC100918