Jorge Maia: Praça da Bandeira, um desafio

Foto: BLOG DO ANDERSON

Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

No período de 1963 a 1982 frequentei diariamente a Praça da Bandeira, por isso tenho uma esteira ligação com aquela praça. Formando o tríplice conjunto; Praça Barão do Rio Branco, Praça Nove de Novembro, sobre as quais já me referi anteriormente, tenho, na Praça da Bandeira, um referencial de memória que compõe o tecido das lembranças do adolescente e do jovem que um dia fui. >>>>>>>

Na década de 60 era a feira livre, típica de uma cidade interiorana, embora compondo o centro da cidade, não possuía a limpeza necessária ao fim a que se destinava. As barracas ao velho estilo, muito simples, constituíam uma paisagem pouco atrativa.

A praça da Bandeira constitui-se no desafio a todas as administrações que tivemos. Não tivemos um ato mais ousado no sentido de dar-lhe uma destinação mais apropriada, e, ao contrário das demais partes do centro, pouco desenvolveu em sua arquitetura e arrumação.

Na década de 70, com Dr. Fernando Spínola, tivemos a construção do “mercadão” para onde se deslocou a maior parte da feira livre, contudo a Praça da Bandeira foi mais uma vez sofreu a alocação de novas barracas que em nada contribuiu para mudar a feitura e a sua destinação de praça central. Depois, o antigo mercado foi transformado em centro de para artesanato e a criação do Teatro Carlos Jeová, aliás uma justa homenagem ao nosso escritor.

No último mandato do Prefeito Guilherme Menezes, o comércio ali existente foi deslocado para os boxes criados para atender aos comerciantes da chamada feira do “Paraguai” e com isso a Praça da Bandeira foi transformada em estacionamento. A praça continua acanhada, considerando a sua dimensão e localização merece melhor ser aproveitada e cuidada.

Há algum tempo, ela foi objeto de discussão sobre a construção de um centro cultural bancado pelo Banco do Nordeste, mas foi abortado o projeto por uma série de razões que mereciam mais discussões e que requeria maior envolvimento da sociedade e dos comerciantes que exploram os seus negócios no local.

Em minha memória a Praça da Bandeira é um palco em que desfilam lembranças permanentes. Fiz amizades e conheci os velhos comerciantes daquela época. Meu pai; Alípio Mais, meu tio Altamirano Maia, Hildete Moreira, Francisco Pereira, Pai da Defensora Pública Drª Marta Almeida, o nosso conhecido Zé Pereira, pai de Dr. Aderbal, Sr. Aloisio, dono da Farmácia Galiza, “Seu” Borges  da Casa York, João Couto que tinha um comercio no antigo mercado, “Seu” Vital que vendia cereais no interior do mercado, Osvaldo Silveira, Francisco Silveira, Otoniel Lapa

São tantas lembranças e tanta gente participando daquela movimentação comercial, que nunca as esqueço, tão boas que há algumas que jamais revelarei, nem mediante tortura medieval e talvez por tais lembranças tão boas que eu gostaria de ver aquela praça bem cuidada e com a aparência renovada. A praça segue o seu destino de não saber qual a sua vocação e depende de da administração pública, em especial de um bom urbanista que a identifique como sendo centro da cidade. VC031118


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