Paulo Fernando de Oliveira Pires | [email protected]
Seis horas da manhã e a gente no Terminal
O dia bem começa e lá vem os primeiros raios de Sol
Cada um cuida de si e a vida vai sendo construída
Do outro lado da Galeria, galinhoteiros, meninos de Carrêgo e bêbados
Os camelôs ainda não chegaram às calçadas,
Mas há um breve prenúncio de burburinho
Pretinho Sapateiro desce do Guarani >>>>>>>>
E o pessoal de “seu” Bem Padre está na Praça Gerson Sales olhando o céu
Hoje não existe mais o Bar de Gié
Mas ainda há um controlado barulho no Bar de Reca
Na Alziro Prates ouve-se o mínimo do som da noite
Parece que na Olívia Flores pessoas começam a andar com tênis de pano
E sonham nas caminhadas como se estivessem em colchões fazendo anos
Praça Nove de Novembro, João Gonçalves da Costa, Elomar Figueira e Badú.
O corredor começa na Bartolomeu de Gusmão mas é apenas o começo
Nas bandas da Escola Normal só saudade de Arthur Seixas Pereira
E também daquela moradia imensa de Seu Zé Capitolino
A TV abraça a cidade pelo diretor Cauto Freitas
Judson fica à vontade como um platelminto encravado no fundo mar azul
Jovens pela manhã se ocupam do Redação Brasil
São quase oito horas e o barulho aumenta, logo vem a Avenida Brumado
Apitos do Guarda, freadas, paradas bruscas, taxi com pressa
Cheiro de feijoada na Lanchonete dos Cabeludos na Lauro de Freitas
Todo mundo parece ir depois para Falcão, o dos Calçados…
As rosas estão silenciosas na frente da casa de dona Henriqueta
Todo mundo de lá foi embora, a última foi Aydil . Meu Deus! Todo mundo dos Santos?
Cadê seu Otávio Santos? Ó Senhor, parece que agora só existe Humberto
Temos que recorrer ao pessoal de seu Cazú ou então a Ruy Medeiros
Na Casa Regis Pacheco há vestígios de outros tempos
E o silêncio continua entrando pelas janelas como aquela hora da contrição
Na Catedral….
Dom Pepeu pede ao Pai pelos mais necessitados e as bênçãos demoram de chegar
Mas a Cidade se levanta e vai para os novos cantões, que agora tem até avenida de Pedral… Cresce, sobe, desce, encanta, mistura brancos e coloridos e o sol parece de ouro
É hora de confessar que agora temos 178 anos, falta pouco para 200… Mas parece que já temos até mais que isso….
O Sol brilha e a gente para e pensa no anoitecer, nas luzes e nos amores que fazem o encanto do seu arrebol.
Esta é Vitória da Conquista cravada no Nordeste do Brasil com toda a leveza de suas ruas e pessoas, formando uma Cena Social de Amor e Paz.