A Exposição Itinerante João Menestrel dos Sonhos é fruto do longo caminhar artístico do artista plástico conquistense João Marcos Oliveira, que apresenta ao público uma série de estudos em óleo sobre tela das narrativas afetivas que compõe sua passagem pelo mundo.
A mostra conta com uma ambientação musical apresentada em formato de show pela musicista e cineasta Luiza Audaz que, junto a um grupo de músicos conquistenses, compôs um repertório específico que se comunica com o processo do pintor, reforçando o vínculo artístico entre pai e filha e segue até o dia 27 de dezembro, no foyer do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima.
Foi a partir do imaginário musical dos cantadores do Sertão Baiano e da figura inexorável da sua maior referência artística, o cineasta, jornalista, teatrólogo, poeta e amigo Jorge Luís Melquisedeque que João Marcos traduziu sentimentos e referências afetivas em pinceladas nervosas. Nos idos dos anos 80 forjou-se artista plástico, vivenciando o processo de consolidação e oxigenação cultural vivida na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, inaugurando sua carreira com o grande projeto de artes integradas Ave Eva, onde trouxe à tona 35 trabalhos impactantes em bico de pena e nanquim.
Vinte anos se passaram e neste hiato J. Marcos Oliveira ressignificou seu tom afetivo em respirar arte e retornou em 2006 para a produção de diversos estudos em óleo sobre tela, que hoje são consideradas obras primas de um artista redescoberto no sertão da Bahia e que tem afetado a crítica dos olhares mais refinados e sensíveis. A Exposição Itinerante João Menestrel dos Sonhos traz à tona uma obra recém conhecida que expressa sensações e sentimentos a partir de figuras realísticas que inseridas num ambiente surreal são embebidas de uma técnica única desenvolvida pelo artista. >>>>>
Sobre o conteúdo de sua obra, o próprio artista comenta: “Não pinto tema, pinto sentimento”. O fato é que suas telas trazem uma narrativa imagética construída por sensações que expressam lugares de leveza, força e reflexão. A estética do sertão também é trabalhada num ponto incomum e estilístico, sendo misturada a signos icônicos proporcionando o encontro de realidade e da ficção numa trama que emociona, surpreende e desatina. Um dos destaques da exposição vai para os grandes painéis pintados pelo artista que trazem figuras como Elomar Figueira Melo, Jorge Luís Melquisedeque e Carlos Jehovah, trazendo recortes da estética destes artistas, embebendo seus rostos numa composição única de elementos do sertão, exaltando a poesia de cada narrativa de vida que se encontra na trama da tela.
A curadoria do acervo é feita por suas filhas, a artista plástica Pamela Dantas e a Cineasta e musicista Luiza Audaz. O acervo conta com 40 obras, algumas já expostas no espaço Galeria Atelier, inaugurada em 2017 pelas irmãs com o objetivo de difundir a obra do pai artista. Pretende-se que a exposição alcance o público do seguimento artístico da cidade, privilegiando também parcerias com a Universidade e Escolas públicas para que estudantes do ensino fundamental e ensino médio também possam ter contato com as obras do artista.
A abertura aconteceu no dia 2 de dezembro e segue até 27 de dezembro, com o horário de visitação entre as 9 e as 21 horas.