Jeremias Macário de Oliveira | Jornalista | [email protected]
Estive visitando o monumento do Cristo de Mário Cravo no alto da Serra do Piripiri no último domingo por volta das 20 horas, embora com receio pela falta de segurança, tanto na subida quanto no local. Levei minha máquina fotográfica para registrar o colorido das luzes. Comentei minha ida com alguns amigos que me chamaram de maluco, com muita coragem de ir lá, principalmente à noite. >>>>>
Fora o trabalho louvável da Prefeitura Municipal em parceria com uma empresa para instalação de energia solar, percebi a presença de pouca gente, a grande maioria de carro com suas famílias e alguns grupos subindo à pés. Na área, nenhum quiosque aberto para se tomar uma água, um refrigerante, comer alguma coisa ou mesmo uma cervejinha gelada. É verdade que tinha um posto policial aberto, mas é notável a falta de estrutura para visitação.
Na subida do Cruzeiro, a iluminação é precária (muito escuro), começando a partir daí o medo de assalto. Se o Cristo é um cartão postal de Vitória da Conquista, como dizem, é lógico que deveria ser visitado por todos moradores e, não somente para alguns, que se arriscam indo até lá. Por que pelo menos nesta data natalina não se colocou transporte público ou privado, subindo e descendo para o povo conhecer a iluminação?
Desde quando cheguei a Conquista, em 1991, e trabalhava na Sucursal do Jornal A Tarde, sempre critiquei o abandono a que estava relegada a obra do artista Mário Cravo, inclusive no governo de Murilo Mármore, que colocou alguns equipamentos, como refletores, mas, mesmo assim continuou sendo um local pouco visitado. Aliás, muita gente chegou a ser assaltada por bandidos.
Quero dizer que não basta iluminar o Cristo. Esta iniciativa tem que ser acompanhada de uma estrutura de segurança para que o cartão postal seja visitado pelo povo de um modo geral. Da maneira como está, a iluminação do Cristo é para ser vista só de longe, daquele tipo “Pavê”. A imagem foi feita para ser apreciada de perto. Afinal de contas, trata-se de uma arte.
TELEFÉRICO
Por que não se fazer um projeto de parceria público privada para a implantação de um teleférico ligando o alto da Serra ao centro da cidade? Sabemos que não é fácil porque carece de um alto investimento, e o poder público não dispõe de recursos para montar um equipamento desse porte, mas não custa nada elaborar um grande projeto e chamar o setor privado para participar da obra no molde de uma concessão, Não sou economista nem projetista, mas acredito ser um equipamento viável economicamente e seria uma grande atração para toda a cidade e visitantes.
Com o teleférico, viriam outros serviços de bares, restaurantes, parque de diversão para crianças, pequenas trilhas na Serra e até um museu histórico sobre a cidade. Ali já existe o Cepas (centro de proteção e acolhimento de animais). Com segurança e todo tipo de apoio logístico, o monumento não seria visitado somente nos finais de semana, mas todos os dias com horários determinados, inclusive durante à noite.
Assim como o Cristo, o mesmo acontece com a Mata do Poço Escuro que fizeram alguns serviços, mas continua pouco visitada. Muita gente tem medo de ir àquela bela reserva florestal por falta de segurança. Apesar de ser a terceira maior cidade da Bahia, Conquista não oferece pontos turísticos interessantes para se mostrar quando aqui chega uma pessoa de fora, a não ser o centro, algumas avenidas e os shoppings que são as mesmas coisas em todos os grandes centros.
A Lagoa das Bateias que deveria ser mais um ponto de atração, está abandonada e invadida pelas sujeiras dos esgotos que caem na área. Precisa de uma revitalização urgente. O Cristo, o Poço Escuro e a Lagoa das Bateias, para não se falar em outros locais turísticos que podem ser montados com boas estruturas, seriam bons atrativos e aumentariam a geração de renda e emprego para a cidade.
Existem ainda o Campinhos e o Simão, grandes centros de produção de farinha de mandioca e fabricação de biscoitos. Faltam incentivos e estrutura para que estes locais se tornem pontos turísticos de visitação e compras. A Lagoa das Flores, produtora de horticultura e também de flores como o próprio nome já diz, poderia ser outro roteiro da cidade. Turismo também é cultura, uma espécie em extinção, que só serve de decoração nas mesas dos governantes.