Relatórios do COAF: Flávio Bolsonaro comprou R$ 4,2 milhões em imóveis em três anos

O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) registrou, entre 2014 e 2017, a aquisição de dois apartamentos em bairros de luxo no Rio de Janeiro pelo valor de R$ 4,2 milhões. Parte da compra declarou valores menores do que os utilizados pela prefeitura para cobrança de impostos, segundo o jornal Folha de S. Paulo.  O período da transação coincide com o mesmo em que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) teria detectado a movimentação de R$ 7 milhões nas contas do ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, conforme publicado pelo jornal O Globo. Queiroz é alvo de investigação sob suspeita de prática ilegal de arrecadação de parte dos salários de servidores do gabinete.  >>>>>

Em outro relatório do Coaf, exibido pela TV Globo, o órgão identificou um pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa, embora sem conseguir precisar a data exata e o beneficiário. De acordo com documentos obtidos em cartórios, Flávio registrou, em junho de 2017, a quitação de uma dívida com a Caixa no valor aproximado de R$ 1 milhão para aquisição de um dos apartamentos que comprou, no bairro das Laranjeiras. O débito foi pago em 29 de junho daquele ano, ainda segundo as escrituras.

Segundo informações cartoriais, Flávio comprou o imóvel na planta, por valor declarado de pouco mais de R$ 1,7 milhão. Ele se desfez do bem em 2017 por meio de uma troca, ficando com uma sala comercial na Barra da Tijuca e um apartamento em na Urca, além de R$ 600 mil em dinheiro (foram R$ 50 mil em cheque e R$ 550 mil sem descrição da forma de pagamento).

Na escritura, o imóvel dado por ele tinha passado a valer R$ 2,4 milhões. Já o outro apartamento, na Urca, teve valor registrado de R$ 1,5 milhão, sendo vendido depois, em maio de 2018.

Em entrevista concedida à TV Record na noite de domingo (20), Flávio afirmou que o pagamento do título bancário se refere à negociação imobiliária. Ele levou papéis, mas não quis mostrá-los, afirmando que a imprensa não é o foro adequado para esse tipo de esclarecimento. Segundo ele, a parte recebida em dinheiro vivo explica os depósitos fracionados em sua conta bancária.