Um médico foi preso por desacato e desobediência na tarde de segunda-feira (4) em frente ao pronto-socorro de Guaratuba, no litoral do Paraná, após negar atendimento, de acordo com a Polícia Civil. Segundo a polícia, a mãe de uma paciente prestou queixa na delegacia por omissão de socorro por parte de Rogério Augusto, que alegou estar sem receber há 60 dias.
Em um vídeo gravado dentro da unidade de saúde, o plantonista afirmou que não negaria atendimento aos casos graves. No momento em que estava sendo detido por policiais militares, do lado de fora do pronto-socorro, ele gritou por socorro e relatou novamente que estava sem receber. Ninguém interferiu na ação dos policiais. Confira a reportagem do G1.
A Prefeitura de Guaratuba, responsável pelo pronto-socorro, afirmou que ele não é funcionário do município. Conforme a prefeitura, ele é contratado da empresa terceirizada Exalife por meio do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Litoral do Paraná (Cislipa).
Em nota, a prefeitura explicou que o serviço é contratado especialmente para a Operação Verão. A Secretaria de Saúde informou à RPC que os pagamentos por parte da prefeitura estão em dia e que pode ter ocorrido atraso da empresa.
O advogado da empresa, que esteve na delegacia, não quis se manifestar.
A prefeitura informou ainda que providenciou a substituição do médico e que o atendimento no pronto-socorro foi normalizado.
O médico, que estava no plantão desde a manhã, ficou preso até a noite de segunda-feira. A defesa dele disse entender que houve um excesso por parte das autoridades envolvidas na condução do médico. *Leia, no fim da reportagem, a nota na íntegra.
A empresa Exalife Serviços Médicos se manifestou, por meio de nota, nesta terça-feira (5). “Informamos, por fim, que rechaçamos veementemente a conduta praticada pelo profissional Dr. Rogerio Augusto Perillo, cuja manifestação é mentirosa e equivocada e que foram providenciadas todas medidas judiciais e administrativas cabíveis quanto aos fatos ocorridos”, diz um trecho da nota.
O que diz a defesa do médico
“A defesa entende que houve um excesso por parte das autoridades envolvidas na condução do médico Rogério Perillo, tendo em vista que o profissional se encontrava em seu local de trabalho e foi submetido a situação vexatória com uso de algemas perante seus pacientes que se encontravam naquela unidade de pronto atendimento.
O médico Rogério Perillo na situação desagradável de estar a mais de 60 dias sem receber e após diversas tentativas administrativas frustradas, não encontrou outra saída a não ser exercer seu direito Constitucional de liberdade de expressão, expondo a situação aos populares que ali se encontravam.
A acusação que o médico teria negado atendimento trata-se de uma acusação mentirosa, que foi inclusive demonstrada através de vídeos gravados por populares e expostos em redes sociais, onde o médico afirma que não negaria atendimento.
A defesa confia na justiça e em suas autoridades e tem plena certeza que a inocência do Dr. Rogério Perillo restará plenamente demonstrada.
Cristiano da Silva Nascimento”