Opositores e apoiadores do regime de Nicolás Maduro foram às ruas neste sábado (9) para protestar na Venezuela, em meio ao agravamento da crise no país, que vive um problema de falta de energia em diversas regiões há várias horas. Enquanto vários estados no país ainda sofrem com o apagão, que tem prejudicado inclusive hospitais venezuelanos, os opositores do presidente foram às ruas de Caracas para pedir sua renúncia e melhores condições de vida. Houve confrontos com a polícia.
Juan Guaidó, líder da oposição e presidente autoproclamado, está presente na manifestação e discursou para a multidão. “Não há nenhuma opção para sair disso que não seja pela mobilização na ruas”, disse. Já os partidários de Maduro se reuniram para protestar contra o que avaliam ser um processo de “sabotagem” à Venezuela. Eles levaram cartazes com mensagens de apoio ao presidente.
Quando os manifestantes começaram a se reunir para começar a manifestação, a polícia impediu a concentração, alegando que as pessoas poderiam protestar apenas em outra zona da cidade de Caracas. A polícia chegou a utilizar bombas de gás lacrimogêneo contra os participantes do protesto. Além disso, três pessoas que carregavam estruturas para erguer uma plataforma no local foram detidas pela polícia, de acordo com a agência de notícias EFE. A plataforma seria utilizada para discurso do líder de oposição Juan Guaidó.
Em confrontos com policiais, os opositores de Maduro gritavam “fora”, “assassinos”, “sim, se pode” e “não tenho medo”. Houve empurrões entre agentes e manifestantes. Uma idosa chegou a desmaiar, e foi carregada por policiais. Em meio aos confrontos, no entanto, diversos participantes do protesto tentavam convencer os policiais a aderirem à manifestação contra o governo. “A polícia bate em nós, embora sofra da mesma calamidade”, disse à Reuters Lilia Trocel, que tem 58 anos e é comerciante. “Eu ainda não tenho energia e perdi parte da minha comida.”
Um manifestante disse a repórteres que Maduro é responsável pela grave crise econômica pela qual a Venezuela está passando, dizendo estar “cansada” de lidar com a emergência. “Fora, Maduro, não o queremos. Isso tem que acabar, já basta”, afirmou, sem se identificar. Outra manifestante disse à Reuters que protesta pela falta de remédios e serviços básicos, como luz e água. “Precisamos de liberdade, e isso diz alguém que era revolucionária e se cansou”, afirmou emocionada. Confira a reportagem do G1.