Em audiência com dirigentes de entidades dos bancários da Bahia e Sergipe, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, deputado Nelson Leal (PP), defendeu a manutenção dos mecanismos oficiais de proteção a quem quer empreender, visto que os bancos privados têm como objetivo primordial o lucro. “Não podemos perder esse instrumento fundamental para o desenvolvimento da região”, disse Leal, sobre o Banco do Nordeste (BNB), nesta quinta-feira (28). Acompanhado do deputado estadual Zó (PCdoB), o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, relatou que a equipe econômica do governo federal acena com duas possibilidades para o BNB: incorporar ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou privatizar. “Somente em 2018, o BNB investiu mais de R$ 8 bilhões na Bahia. A defesa do BNB tem apoio dos pequenos produtores e do empresariado”, afirmou Vasconcelos. Leia a íntegra.
O deputado Zó solicitou data para a realização de uma audiência pública no auditório Jornalista Jorge Calmon, na Alba, para debater o futuro do BNB. “Podem contar comigo”, respondeu de imediato o presidente do Legislativo estadual. Augusto Vasconcelos acredita que é fundamental a união de todos os segmentos públicos e privados da região, em defesa do BNB, da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF) e de todas as instituições públicas de fomento do Nordeste. Os sindicalistas querem a adesão da União dos Municípios da Bahia (UPB) a essa frente.
Nelson Leal vai a São Luís (MA), onde amanhã (29) participa do III Encontro de Presidentes das Assembleias Legislativas dos Estados do Nordeste (ParlaNordeste), no plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão. “Levarei essa preocupação aos demais presidentes dos legislativos da região”, assegurou.
Foi entregue ao presidente da Alba um documento, assinado pela Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Nordeste e Sindicatos dos Bancários de todas as regiões da Bahia, “em defesa do BNB”. Segundo dados do documento, o BNB é o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina e tem o maior programa de microcrédito produtivo orientado da América do Sul.
Ainda segundo o documento, até dezembro do ano passado, o banco possuía ativos totais de R$ 136,5 bilhões e a importância da sua manutenção está ligada à diminuição da da desigualdade regional existente no Brasil e, ao mesmo tempo, ao desenvolvimento do Nordeste. A área de atuação do BNB abrange os estados da Bahia, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais e Espírito Santo.