Jorge Maia: O caminho de Thiago

Foto: BLOG DO ANDERSON

Desde agosto do ano passado que sabíamos da vinda de Thiago. Em setembro nos encontramos em Brasília e foi ali na Catedral Basílica que o seu nome com TH foi definido. Uma Estátua de São Thiago, com TH, motivou a grafia do seu prenome, tornando definitiva aquela escolha. Fomos a vários lugares, conhecendo a cidade e provando os diversos cardápios de Brasília. Leia a crônica na íntegra.

No dia 26 de setembro fomos assistir ao show de Andrea Bocelli, Thiago começava assim a sua vida de shows e de forma encantadora, traçando um caminho musical em uma caminhada suave e harmoniosa. Creio que ele gostou, não houve quem não gostasse. Thiago, na plateia, ingressou no mundo dos espetáculos por uma escolha do grupo familiar que optara por não perder aquele show.

Faltando quinze dias para a aterrisagem da sua nave, mantivemos contato por meio de ultrassonografia. Ele estava meio de lado, rosto virado como se não quisesse ver ninguém, pernas cruzadas, indiferente a todos, como se demonstrasse cansaço pela longa viagem. Afinal, ele vinha desde então traçando o seu caminho. Na verdade ele não queria ser incomodado e sentia que era uma invasão de privacidade.

Então, quinze dias após, chega Thiago. Estava faminto, sonolento e chorava, como era esperado acontecer, mas iluminado, pois logo após tornou-se sereno e deixou transparecer a beleza angelical que acompanha toda criança. A beleza iluminada da inocência.

De agora em diante, Thiago, é só percorrer o seu caminho, o qual será traçado não só por você, mas pelas contingências, pelos diversos fatos, porém, sobretudo por sua participação. Espero contribuir com sugestões nesta obra de engenharia.

Vamos caminhar juntos por algum tempo e coloco a sua disposição os meus livros, meus discos e meus filmes. Tenho muitas histórias para contar. Vou ensinar-lhe a rir. A rir de si mesmo e da humanidade. Teremos encontros com seu irmão e seus primos e vamos atravessar a noite falando de tantos personagens da literatura e da história que de repente já é dia.

Vamos cantar juntos também, e nos domingos, sua vó vai gritar: vou tirar a mesa, se ninguém quer almoçar me desempate. Vamos cair na gargalhada e você dirá, pacificador, conhecedor do seu caminho: já vou, vó! Vit. Conquista 190419


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