André Ferraro | Publicitário | [email protected]
Muita gente estranhou quando, no início deste ano, após uma pesquisa realizada em Conquista, afirmei aqui no Blog do Anderson, que o prefeito Herzem Gusmão era favorito para as próximas eleições, contrariando os críticos da atual administração. Muitos eram os motivos e tendências apontados pelo levantamento que me permitiram fazer tal afirmação. Da avaliação da administração municipal ao índice de rejeição. Mas não precisa ser nenhum sabichão, analista de pesquisa, ou expert em política, para saber o que qualquer um sabe de cor: da força da máquina na reeleição. >>>>
De lá para cá, pouca coisa mudou no levantamento e fora dele, incluindo a soberba da oposição, que subestima a capacidade de HG. Muito pelo contrário, o quadro, como previsto, até melhorou para o prefeito, com a avaliação positiva subindo a partir das entregas e do ajuste feito na comunicação, com a entrada de Maria Marques no comando da pasta.
Isso quer dizer que a eleição está definida? Obviamente que não. O processo político que por natureza tem inúmeras variáveis difíceis de controlar, anda muito arisco e mais imprevisível ainda nos últimos tempos. Estamos em uma quase guerra santa entre forças antagônicas, que anda destruindo amores, rompendo amizades, e até causando brigas familiares, imagina então o que pode fazer com previsões políticas.
O campeonato está em disputa e tudo pode acontecer. Lembra antes da parada da Copa América? Diziam que o Palmeiras já era campeão brasileiro, mesmo com seu futebol ordinário. Hoje o Flamengo é o virtual campeão, com a mudança de comando e colocando os melhores em campo, jogando pra atacar, pra fazer gols. E o futebol pode servir de exemplo.
A eleição ainda está longe, e muita coisa pode acontecer, especialmente se a oposição analisar o cenário estrategicamente, colocando seus melhores para jogar com o mesmo objetivo: ganhar do adversário. Creio que se quiser chegar viva às próximas eleições, ela precisa fazer um exercício de humildade e inteligência. E aproveitar as fragilidades da administração Herzem. Por enquanto apenas o vereador David Salomão tem feito o seu papel, se consolidando com dois dígitos e prometendo ser a pedra no sapato de Herzem, por disputar o mesmo campo eleitoral.
Se de um lado estamos diante de uma administração mediana, com algumas entregas e projetos importantes, que tem toda legitimidade de pedir mais quatro anos depois de 20 anos de PT no poder, numa mensagem de fácil entendimento e aceitação pela maioria, também temos três anos de vários desacertos e uma certa atrapalhação. Mas isso não está claro para a maioria, nem causou danos irreparáveis ao prefeito, apenas arranhões na imagem pessoal.
A oposição, por sua vez, prefere bater cabeça nas disputas internas, se dividindo, e perdendo o foco. Parece que ainda não digeriu a perda de 2016, como se fosse resultado de fadiga de material, ou falta de empenho da máquina da prefeitura, quando a desunião, e a falta de diálogo e discurso preciso foram as principais causas da derrota, dentre varias outras óbvias, como ausência de novas lideranças, distanciamento da juventude, e incapacidade de ampliação de alianças com outros diversos setores da sociedade.
Há algumas tentativas importantes acontecendo, como a busca de um caminho novo capitaneada por Onildo Filho, e a sempre consistente alternativa representada por Jaymilton Gusmão, mas que esbarram na dificuldade de vôo solo pelo desconhecimento dos nomes pela maioria da população, requerendo um trabalho imediato de pré-campanha, que não é visto. Talvez se buscassem a união com alguém já reconhecido e consolidado, como o deputado Fabricio por exemplo, poderia haver uma terceira via competitiva, com amplo arco de alianças e apoios, e que representasse apropriadamente uma novidade, uma renovação.
E qual a principal conclusão desses levantamentos e pesquisas realizados nesse ano? A mesma: se tudo continuar como está, Herzem Gusmão será reeleito prefeito de Vitória da Conquista, com a velha política do asfalto, da iluminação, do atendimento médico, da ampla base de candidatos a vereador, ou seja, a força da caneta azul. E hoje, repito, hoje e se tudo continuar como está, a única coisa que pode mudar isso tem nome e sobrenome: Guilherme Menezes.