América do Sul: Evo Morales chega ao México e diz que houve golpe de Estado na Bolívia

Fotos: Reprodução | EBC

O avião das Forças Armadas mexicanas, que levou Evo Morales da Bolívia à Cidade do México, pousou às 14h20h na terça-feira (12). Ele chegou acompanhado de Álvaro García Linera, seu vice-presidente, que também renunciou ao mandato no último domingo, além de representantes do corpo diplomático mexicano. O chanceler do México, Marcelo Ebrard, recebeu o ex-presidente boliviano na porta da aeronave. Morales acenou para a imprensa, desceu as escadas do avião, ajeitou os cadarços do sapato e se dirigiu aos jornalistas, para fazer o primeiro pronunciamento em solo mexicano.

“Saudações, irmãos, agradeço a toda a delegação que nos acompanhou. Estamos com Álvaro García Linera. Após a vitória em primeiro turno, começou o golpe de Estado. Estamos há exatamente três semanas e, na última etapa, infelizmente, a polícia nacional se somou ao golpe. Queimaram tribunais eleitorais, atas, cédulas, sedes sindicais, casas de autoridades do MAS [Movimiento al Socialista, partido de Morales], saquearam e queimaram a casa da minha irmã, a minha casa em Cochabamba. Tentaram saquear minha casa, mas os vizinhos me defenderam. Muito obrigado, sou grato à defesa do povo”, afirmou Morales, sereno, vestindo uma camisa de mangas curtas e calças jeans.

Morales apela a todos os bolivianos

O ex-presidente da Bolívia afirmou ainda que pediu a toda a população boliviana que colabore para que não haja mais derramamento de sangue. E agradeceu ao presidente do México, que “me salvou a vida”. Segundo Evo Morales, no último sábado (9), quando chegava a Cochabamba, um membro do Exército mostrou mensagens e chamadas que demonstravam um pedido para “entregá-lo em troca de US$ 50 mil”. “Por isso agradeço, pois me salvaram a vida”, disse.

Morales ainda afirmou que seguirá na política. “Chegamos aqui seguros graças ao México e suas autoridades. Enquanto eu estiver vivo, seguimos na política. Segue a luta e estamos seguros de que os povos do mundo têm todo o direito de serem livres. Pensei que tínhamos terminado com a humilhação, mas há grupos que não respeitam a vida e a pátria”.


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