Perícles Melo Prado | médico
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou nesta segunda-feira (3), que ‘talvez nunca existirá uma vacina ou cura definitiva para a COVID-19’. “Não existe bala de prata no momento e talvez nunca exista”, Tedros Adhanon, diretor geral da OMS. Ele diz: há preocupação de que talvez nenhuma vacina funcione, ou se funcionar a proteção pode durar só alguns meses. A OMS mostrou através de exames sorológicos feitos em vários países, que menos 10% dos pacientes que tiveram COVID desenvolveram anticorpos. Ou seja, 90% de quem já teve COVID não fabrica anticorpos, mas apenas ativam as células T que fazem parte do sistema de defesa do organismo, mas só elas não são suficientes para garantir proteção. Leia a íntegra.
Então quem já teve COVID pode se re-contaminar e continuar transmitindo o vírus, pois mesmo os 10% que formam anticorpos, ainda não se sabe quanto tempo eles permanecem no organismo, 3/4/5 meses? Por isso mesmo saindo vacinas, as medidas de prevenção devem continuar: distanciamento, máscara, álcool gel, etc. Agora aqui vai minha explicação do que isto quer dizer, quando nosso organismo é afetado por um vírus como o Coronavírus, Influenza (gripe) etc., o nosso organismo faz o que chamamos em imunologia, a imunidade adaptativa. O que é imunidade adaptativa; nosso organismo tem células chamadas linfócitos T e linfócitos B.
Os T são usados no início da infecção, para destruir os vírus e as células do nosso organismo onde os vírus estão para se reproduzirem, o que, ao destruir as nossas células gera todo o processo inflamatório. E mais lentamente nosso organismo utiliza os Linfócitos B para produção de anticorpos, cuja função é expulsar e impedir a entrada do vírus no nosso organismo. Então, as células T tentam destruir o vírus, mas destroem nossas células; as B fabricam anticorpos que impedem a entrada do vírus e expulsam do nosso organismo. O que tem sido observado, é que na COVID nosso organismo utiliza muito mais as células T que as B, e isto não imuniza ninguém, apenas o organismo que teve a doença, quando é atacado novamente ,as células T que já conheciam o vírus entram na briga com eles, mas só isto não resolve, pois pode com exposições repetidas ao vírus a inflamação ser maior. Portanto para resolver, temos que ter anticorpos, e aí está o problema? Poucos produzem. Quem não conhece imunologia pode dizer, então vamos dar vacinas 2a 3 vezes por ano?
Não resolve, pois se não há produção de anticorpos, apenas a vacina vai estimular as células T, e isto não é suficiente. Por isso creio que vamos ter que aprender a conviver por muitos anos com a COVID, até que se tenha medicamentos antivirais eficazes, o que como sabemos, um medicamento desde sua concepção até ser aprovado para uso da população pode levar até 10 anos. Concluindo: A prevenção continua sendo a principal arma na COVID.
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