Duas operações da Polícia Federal foram deflagradas na manhã desta quarta-feira (4) em Vitória da Conquista e Ilhéus com a finalidade de combater fraudes na obtenção do benefício do seguro-desemprego e em empréstimos junto à Caixa Econômica Federal. Juntas, as fraudes totalizam quase R$ 300 mil de prejuízo. Ambas as operações estão sendo deflagradas de forma simultânea, já que, segundo a PF, alguns investigados são suspeitos de participação nos dois esquemas criminosos. No total, estão sendo cumpridos seis mandados de prisão temporária e 17 mandados de busca, todos em Jequié, sudoeste da Bahia, além de medidas cautelares diversas e do bloqueio de R$ 94 mil em bens dos investigados. As ordens judiciais foram expedidas pelas Varas da Justiça Federal de Jequié e de Ilhéus.
Em Vitória da Conquista, foi deflagrada a Operação Demissio, que apura as fraudes no seguro-desemprego.
De acordo com a PF, o grupo investigado simulava vínculos empregatícios fictícios mediante inserção de dados falsos nos sistemas públicos (CAGED e CNIS), bem como inseria anotações falsas nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social, com o objetivo de simular o preenchimento dos requisitos para requerimento e saque do benefício de seguro-desemprego.
As investigações apontaram que o grupo está dividido em três núcleos:
- mentores: pessoas responsáveis pela idealização, planejamento e coordenação das fraudes
- apoio técnico: pessoas com conhecimento especializado que munia os investigados com informações necessárias para realização das fraudes
- sacadores: pessoas que figuram como sócios das empresas fictícias ou como empregados dos vínculos empregatícios falsos, e que realizam os saques.
Ainda de acordo com a PF, as fraudes investigadas ocorreram de maneira reiterada entre 2014 e 2019, totalizando, até o momento, mais de R$ 94 mil em prejuízos.
Já a Operação Persona Ficta, realizada em Ilhéus, apura prática de estelionatos por meio de uso de documentos falsos para contratação de empréstimos junto à Caixa Econômica Federal.
A PF destacou que os empréstimos eram realizados em diversas agências da CEF, especialmente nas cidades de Ilhéus e Itabuna, sendo que os investigados usavam documentos de identidade falsos, criados com sua própria fotografia, ludibriando a empresa pública federal, “prática similar à de um ‘dublê'”.
Os empréstimos fraudulentos identificados ao longo da investigação alcançam mais de R$ 200 mil.
Os crimes investigados são os previstos nos artigos 171, § 3º, do Código Penal (estelionato majorado) e 288 do Código Penal (associação criminosa).