Claudio Oliveira de Carvalho | uma síntese sobre o atual cenário da Política Conquistense

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Claudio Oliveira de Carvalho

Em Vitória da Conquista teremos 2º Turno nestas Eleições 2020 entre o atual prefeito Herzem Gusmão (MDB) e o ex- prefeito Zé Raimundo (PT). É uma reedição da disputa das Eleições 2016. O candidato petista saiu na frente totalizando 47,63% (81,721 votos). Ganhou com folga na zona rural e apertado na Zona Oeste. O candidato da situação ficou com 45,89% (78,732 votos). Ganhou com folga na Zona Leste. Algumas questões sobre o processo eleitoral.

Primeiro é preciso destacar que Herzem interrompeu 20 anos de governos petistas. E nesse sentido entendo importante destacar alguns motivos de sua vitória em 2016:

1. O desgaste do projeto de governo do PT – com resultado de êxito em 5 governos era necessário entre 2012 e 2016 uma gestão mais inovadora;

2. O antipetismo – gerado pela operação Lava-Jato que venceu naquele momento com o discurso de combate a corrupção. E o próprio golpe contra a presidenta Dilma fazendo parte desse “pacote” de desdemocracia;

3. As divergências internas do PT – o grupo do Prefeito a época, Guilherme Menezes, pouco fez para a campanha de Zé Raimundo.
O interessante é que Herzem está em situação de derrota provisória e com reprovação de seu governo por parte da população. Precisa tirar 3 mil votos de diferença. É pouco deveras. Mas temos implicações. Herzem “diminuiu” em relação ao 1. Turno de 2016. Saiu de 47,82% para 45,89%. Já Zé saiu 31,69% para 47,63% (em números absolutos).

Alguns motivos da derrota momentânea de Herzem:
1. A “novidade” não conseguiu mostrar eficiência na gestão – um exemplo emblemático é a situação do transporte público. Horrível a cada dia que passa;

2. Obras eleitoreiras no final de mandato não são mais suficientes. “Banho” de asfalto na cidade toda em ano de eleição não engana a população;

3. Governo alinhado ao Bolsonarismo – Mesmo tendo Davi Salomão (3,12% dos votos) como indicado do Presidente Bolsonaro, sabemos quem é que a direita conservadora apoia em Conquista. E o ódio, negacionismo tem limite.

E o que esperar do 2º turno. Entendo que o “teto” de votos de crescimento de Herzem está restrito. Levando em conta que no 2º turno de 2016 Herzem obteve 57,42% (95, 710 votos) e Zé Raimundo 42,42% (70,515 votos) e ainda entendendo que temos um núcleo de Bolsonaro na cidade que obteve para presidente em 2018 42% (72,763 votos), tendo Haddad com 58% (100, 751 votos), Herzem precisa conquistar os votos dos candidatos derrotados e ainda reverter alguns dado para Zé Raimundo no 1. Turno. Não é impossível, mas será um desafio para a candidatura de Herzem que agora fica como representante único e inseparável da agenda obscurantista.

Por fim sobre a câmara de vereadores. Esperava mais na renovação. Vamos continuar com uma câmara de homens e brancos na sua maioria. Um grande vitorioso foi Alexandre Xandó do PT com a expressiva marca de 2, 932 votos ficando em segundo lugar e representado o projeto popular.

O grande derrotado foi a cidade que perdeu a combativa vereadora Nildma do PC do B. O destaque positivo foi Kêu Souza do PSOL com 1115 votos. Mulher , negra com um acúmulo muito bom para as próximas. O destaque negativo foi a reeleição de Lúcia Rocha. Vereadora desde 1993 com seu clientelismo e fisiologismo. Em síntese a direita e extrema direita começam a ruir. A ida de Boulos para o 2º Turno evidência isso. Com unidade podemos fazer um bom enfrentamento em 2022.

Claudio Carvalho – Professor Titular de Direto Urbanistico, Ambiental e Agrário

 

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do BLOG DO ANDERSON


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