O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, abriu oficialmente nesta segunda-feira (1º) os trabalhos do Poder Judiciário criticando o negacionismo que minimiza o impacto da Pandemia do Coronavírus no Brasil. Ao lado dele estava o presidente da República Brasileira, Jair MesiasBolsonaro, que não discursou. O chefe do Executivo chegou a bocejar, o que foi perceptível apesar de ele usar máscara, enquanto Fux falava sobre os desafios da Corte neste ano. Também estava presente o atual presidente do Senado Federal, Davi Alcumbre (DEM-AP). Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara dos Deputados, não compareceu ao evento. Segundo Fux, há um ano, a pandemia já era uma realidade. mas, naquele momento, “mal imaginávamos o que poderia vir”. Mesmo assim, disse, foi possível atuar tentando minimizar os efeitos da doença que já matou mais de 220 mil brasileiros. “É como reformar uma fortaleza debaixo de uma tempestade.” Fux se emocionou quando lembrou dois amigos, juristas, que morreram por causa do doença.
“Somos todos humanos, com vidas efêmeras e frágeis, o momento é de compaixão pelas mais de 200 mil vidas levadas pela pandemia. Por trás dessa estatística crescente, há pais, mães, avós, filhos, netos e amigos queridos dos que ficaram.” A sessão desta segunda foi aberta com um minuto de silêncio às vítimas da COVID-19. O presidente do STF também pediu para se colocar as diferenças em segundo plano e agir pelo bem comum. Ele lembrou que no auge da crise sanitária, o STF impôs responsabilidades em relação à saúde a todos as autoridades. O ministro criticou duramente o obscurantismo e o negacionismo das pessoas que tentam minimizar o impacto e o perigo da COVID-19. Não citou nomes, mas deixou desconfortável o presidente Bolsonaro, que inúmeras vezes disse que havia exagero nas notícias sobre a doença causada pelo novo coronavírus. “A racionalidade vencerá o obscurantismo. Pessoas que abusam da liberdade de expressão para propagar o ódio, desprezam as vítimas e desprezam através do negacionismo o problema que vivemos.”