O governador do Estado da Bahia, Rui Costa Santos, disse em entrevista ao Bahia Meio Dia desta terça-feira (16) que não descarta a possibilidade de adotar toque de recolher em todo, por causa da COVID-19. Os números de casos têm crescido no estado e as taxas de ocupação de leitos estão altas. “Nós vamos, sim, adotar medidas restritivas para outras atividades e, inclusive, analiso a possibilidade, se mantiver ao longo dessa semana essas mesmas taxas, de implementarmos o toque de recolher em todo o Estado da Bahia para evitar o pior”, afirmou. De acordo com o governador, a Bahia está no terceiro pior momento desde o início da Pandemia do Coronavírus. Segundo ele, o pior mês durante todo o período foi julho do ano passado, quando a Bahia atingiu a marca de 2 mil óbitos e cerca de 30 mil casos ativos. O segundo pior teria sido junho, com 1,7 mil mortes e as doentes ativos chegaram a 27 mil. “Agora em janeiro e fevereiro nós estamos vivendo o terceiro pior momento. Voltamos a ter 15 mil casos ativos e crescentes. Você olha a curva de dezembro para cá, e esse número cresce de forma acelerada”, explicou. Por causa desse crescimento, o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi ampliado, e o Estado já está quase com o número máximo, restando apenas reabrir o Hospital de Campanha da Arena Fonte Nova, em Salvador. Durante a entrevista, Rui Costa falou também sobre o retorno às aulas.Para ele, a educação é prioridade, no entanto não se sente seguro em retomar os encontros presenciais neste momento. “É necessário o retorno às aulas, isso não se discute.
Quem mais deseja o retorno às aulas é o governador, porque tenho consciência de que o que transforma a vida de qualquer pessoa é a educação”, comentou. “Agora, eu não posso [concordar com o retorno de aulas presenciais], justamente em um momento em que nós estamos crescendo o número de casos, em que a capacidade hospitalar pública e privada caminha para o esgotamento. Peço a compreensão aos empresários da educação, para que tenham sensibilidade. A vida humana está em primeiro lugar”, salientou.Quem também não concorda com o retorno das aulas presenciais na rede pública e privada é o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB- BA). Segundo a APBL-BA, os professores precisam ser vacinados antes de retornarem às aulas de forma presencial. “Nós queremos, sim, trabalhar. Queremos que a educação funcione, mas para funcionar, tem que ter gente viva. Professor tem que ser vacinado”. Já o governador do Estado informou que a vacinação dos profissionais da educação não é condicionante e que já havia reiterado o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a urgência da vacinação. “Infelizmente, o Governo Federal e a ANVISA vão na velocidade da tartaruga e da má vontade para aquisição e distribuição da vacina. A Anvisa não analisa, nem delibera sobre outras vacinas que o Estado poderia adquirir. Então nós não temos como horizonte o retorno de 100% dos professores para a condição de retorno às aulas”, explicou. Ainda segundo o governador, “o que precisamos é que tenhamos condições seguras e não um pré-colapso do sistema de saúde para a paralisação das aulas”.