Luciana Oliveira Pereira | Jornalista
O 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, em 2021, marcado pela pandemia da COVID-19, descortina ainda mais a dura realidade a que mulheres e meninas estão submetidas em todo o planeta. O contexto é caótico, assinalado por incertezas e acirramento de desigualdades. Ainda assim, vemos florescer inúmeros exemplos da capacidade das mulheres em intervir na sociedade com medidas, projetos, ações que melhoram a vida de todos, especialmente num momento tão dramático para a humanidade. >>>>>>.
As mulheres estão na linha de frente da crise, seja como profissionais da saúde, cuidadoras, organizadoras de iniciativas comunitárias, solidárias e empreendedoras, seja como líderes que vêm desempenhado papel eficaz e exemplar no combate à pandemia. A chanceler alemã, Angela Merkel, e a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, estão entre as gestoras com os melhores desempenhos de combate à pandemia do novo coronavírus no mundo. Essas duas mulheres, líderes políticas de dois países, vêm demonstrando que eficiência, gestão com base na ciência, sensibilidade, e coragem para assumir medidas duras, mas necessárias, podem frear o vírus. Poderiam dar aula para o presidente brasileiro. Por aqui, empatia com as vítimas da COVID-19 e seus familiares é taxada de mimimi. Já a “gestão da crise” é pautada em negacionismo, lerdeza na compra de vacinas numa contradição com uma agilidade mortífera para a compra com recursos públicos, dinheiro do contribuinte, de medicação sem comprovação de eficácia.
Sim, as mulheres fazem a diferença, em todas as áreas. É inquestionável nossa contribuição para a construção de políticas, estratégias e leis que melhoram a vida de todos, homens e mulheres. Sem dúvida, avançamos em muitas questões na luta das mulheres. Mas, precisamos avançar mais e rapidamente, porque continuamos sendo impelidas a assumir obrigações desproporcionais, recebemos menos pelas mesmas funções, amargamos o serviço doméstico e de cuidados, sozinhas e sem remuneração, seguimos sendo violentadas e assassinadas por nossa condição – ser mulher.
O Dia Internacional das Mulheres é uma data para maior visibilidade da nossa luta. Nossa jornada é por uma sociedade igualitária e justa, na qual seja assegurada a participação plena e efetiva da mulher em todas as áreas, especialmente nos espaços de tomada de decisões da vida pública; e seja eliminada a violência e todas as formas de discriminação sofridas por mulheres e meninas.
É urgente que avancemos na representação política feminina em parlamentos, cargos executivos, nas variadas instâncias de poder. Reivindicamos não apenas mais mulheres na política, mas mulheres de fato comprometidas com a criação e implementação de políticas capazes de desenvolver o potencial das mulheres, garantir uma vida segura e plena para mulheres e meninas e sua integração ao debate público e político.
Essa batalha não é somente das mulheres, deve ser abraçada por toda a sociedade. Você está com a gente?
Luciana Oliveira é jornalista, militante do PCdoB, foi candidata a
vice-prefeita de Vitória da Conquista nas eleições de 2020
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