Coronavírus & Economia | ABRACON repudia declarações do governador e exige respeito em Vitória da Conquista

Fotos: BLOG DO ANDERSON

A princípio seria em resposta a prefeita Ana Sheila Lemos Andrade que recebeu uma negativa do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia sobre a mudança do início do Toque de Recolher das 18 para 20 horas, mas as declarações do governador Rui Costa dos Santos desagradaram uma categoria afetada com a Pandemia do Coronavírus que remeteu uma nota ao BLOG DO ANDERSON assinada pela Associação de Bares, Restaurantes e Atividade Conexas de Vitória da Conquista, presidida pelo empresário André Nogueira Santana. “Em entrevista concedida a determinada rede televisiva no dia 25.03.2021, o governador do Estado da Bahia, quando questionado sobre a insurgência contra as medidas de restrição das atividades comerciais na cidade de Vitória da Conquista, afirmou que as providências atualmente em curso “alcançam basicamente atividades econômicas vinculadas ao lazer e ao consumo de bebidas” e que não “entendia como a cidade não poderia parar a bebedeira das 18h às 5h da manhã”. Tal afirmação, principalmente quando advinda da maior autoridade do Poder Executivo Estadual, reveste-se de profundas irresponsabilidade e leviandade, buscando, a partir de um discurso eminentemente político e demagógico, reduzir uma discussão ampla e complexa a jargões e expressões indignas de qualquer mandatário do povo baiano.

O setor de restaurantes, bares e atividades conexas – assim como as 10.000 famílias conquistenses que dele dependem – confronta, diante das restrições impostas pelo governador já há cerca de 30 dias, sua progressiva falência e uma das maiores crises de sua história, com efeitos consistentes em superendividamento, demissões em massa, fechamento definitivo de estabelecimentos e ampla erosão da cadeia produtiva.

Ou seja, este segmento comercial passa por uma verdadeira calamidade, com a privação da livre iniciativa e a crescente perda do acesso ao trabalho (para empregadores e empregados) e, por conseguinte, à dignidade da pessoa humana – intimamente relacionada à capacidade do indivíduo reunir condições de vida que resguardem mínimas necessidades existenciais. Jamais negamos a gravidade da crise sanitária atual. Entretanto, dados técnicos concretos levantados pela Prefeitura Municipal demonstram a ineficácia, a desnecessidade e abusividade das providências adotadas pelo Governo do Estado, evidenciando que medidas muito mais proporcionais podem ser aplicadas para defender, ao mesmo tempo, a saúde e a produção econômica a nível local.  O Governador deve, em respeito ao Estado de Direito e a todos os baianos, rememorar que representa uma instituição democrática, despir-se dos resquícios de autoritarismo que ostenta e se portar com responsabilidade e sobriedade, atentando-se e respeitando as legítimas reivindicações formuladas por cidadãos, sobretudo quando o que se pede é apenas proporcionalidade de sua parte com vistas a se evitar, além do agravamento da crise sanitária, uma irremediável catástrofe econômica que, muito certamente, já aprofunda e aprofundará ainda mais o desastre humanitário vivido pela Bahia”.

 

[1] Covid-19: Quase 70% dos bares e restaurantes na BA fecharam ou podem encerrar atividades, aponta Abrasel  – https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/03/17/covid-19-bares-restaurantes-e-comercio-na-bahia-enfrentam-crise-durante-pandemia.ghtml


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