A ala da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas de Conquista, destinada exclusivamente a atendimento de pacientes com Covid-19, passou por um fim de semana com 100% de ocupação. Na última quinta-feira (3) o HCC atingiu, mais uma vez, 100% de ocupação. Na quarta-feira (2), a lotação máxima da UTI também tinha sido atingida, enquanto nos leitos clínicos a taxa passava dos 70%. A situação torna-se cada vez mais preocupante uma vez que, passados mais de 14 meses de pandemia, a população, dia após dia, continua a relaxar com as medidas sanitárias de prevenção. A atitude, que pode ser considerada compreensível, mas não aceitável, é reflexo não só do tempo prolongado de pandemia, mas também da falsa sensação de segurança gerada pelo fato de parte da população já ter recebido as duas doses da vacina.
A situação se complica ainda mais agora que o perfil das pessoas internadas não se restringe a idosos e pessoas com comorbidades.
Para o diretor médico do HCC, Vinícius Rodrigues, a população precisa se concientizar de que a responsabilidade também está em nossas mãos, e não apenas nas ações do poder público. “Temos visto cada vez menos idosos internados e mais jovens nos leitos. Temos pouquíssimos pacientes acima de 60 anos e muitos pacientes de 40, 30 e da faixa de 20 anos. Isso se dá pela questão comportamental. As pessoas, apesar das orientações que vem sendo divulgadas desde o início da pandemia, não respeitam as regras de distanciamento social. A gente percebe que o poder público tenta flexibilizar um pouco abertura do comércio no intuito de manter viva a economia, mas falta a colaboração da população. E aí, a gente volta a ter um aumento dos números. Então, fica o alerta: Ainda estamos no meio de uma grande crise e podemos chegar a um colapso sanitário se não houver a colaboração de todos”, destacou Vinicius.
Assim, cabe a população ter consciência de que, por mais que estejamos cansados da pandemia, ela ainda não se cansou de nós.
Mesmo que a vacinação esteja em curso não podemos relaxar com cuidados e manter, sempre que possível, o distanciamento social e as medidas básicas de prevenção como a lavagem das mãos e uso do álcool em gel.