CPI da Covid-19 | ministro da Saúde, Marcelo Queiroga diz que Cloroquina não tem eficácia comprovada

Foto: Jefferson Rudy | Agência Senado

Em segundo depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, nesta terça-feira (8), o ministro da Saúde, Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes, afirmou que Hidroxicloroquina, Cloroquina e Ivermectina não têm eficácia comprovada contra a doença. Na sua primeira oitiva na Comissão, o ministro se esquivou e não respondeu às perguntas dos senadores sobre a questão, dizendo que caberia à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Desta vez, falou sobre a ineficiência dos medicamentos diversas vezes, apesar de dizer que a questão é alvo de grande discordância entre comunidades médicas. “Essas medicamentos não têm eficácia comprovada. Esse assunto é motivo de discussão na Conitec, vai elaborar diretriz terapêutica”, disse, ao ser questionado pelo relator. A fala do ministro vai em direção contrária às defesas do presidente da República Brasileira Jair Messias Bolsonaro, que incentivou o uso de Cloroquina e de Ivermectina em pacientes com Covid-19, apesar de não haver eficácia comprovada.  Em meados de maio, a Conitec decidiu, em avaliação inicial, não recomendar os medicamentos do chamado ‘Kit Covid’ para o tratamento hospitalar dos pacientes infectados pelo Coronavírus.

O documento foi para consulta pública. Em sua fala inicial, Queiroga comentou a questão. “Na minha outra passagem, foi muito bem questionado acerca de fármacos, como Cloroquina, Ivermectina e de outros que ainda não há evidência científica comprovada da sua eficácia, e essa questão que espreita o enfrentamento à pandemia desde o início tem gerado forte divisão da classe médica. De um lado, aqueles que, como eu, são mais vinculados a sociedades científicas com um pensamento, do outro, os médicos assistenciais que estão na linha de frente e que relatam fatos de sucesso desses tratamentos e discutem de forma calorosa. A mim, cabe harmonizar esse contexto para que tenhamos uma condição mais pacífica e possamos avançar”, disse. O ministro afirmou que, como médico, entende que “essas discussões são laterais e não vão pôr fim ao caráter pandêmico da doença”. “O que vai pôr fim a isso é a ampliação da campanha de vacinação, que é o meu foco exclusivo”, disse. Queiroga ressaltou que cabe à Conitec elaborar protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. Conforme o ministro, “esse tratamento inicial vai influir muito pouco no custo dessa Pandemia”. “O que influi é vacinar a população brasileira”, disse. Com informações do Correio Brasiliense.


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