Daniel Nunes | publicitário | @danielnuneslima
Cá pra nós, nestes últimos 2 anos que temos vivido essa loucura que começa com o medo do desconhecido, algo que veio sabe-se se Deus de onde, se foi criado em laboratório, ou se veio de algum bicho mesmo… Depois a perda dos conhecidos para esta desconhecida doença, que agora faz parte do nosso dia a dia e vive a espreita dos descuidados. Feita a introdução do tema, compartilho com vocês alguns pensamentos que me ocorreram durante o isolamento em casa enquanto me recupero de uma gripe. Normal, normalmente não estamos, creio que nenhum de nós, mas tem algo que me incomoda de forma profunda: Perdemos a capacidade de sermos inúteis, mesmo que por alguns dias?. Leia na íntegra.
Não somos capazes de parar enquanto doentes, apenas para dedicar ao corpo o cuidado necessário?
Será que somos tão descartáveis assim que não podemos faltar ao trabalho porquê estamos doentes, ou não produzir nada enquanto em casa para se cuidar?
Aos que morreram por complicações dessa doença ou pela falta de coragem de ir ao médico e com isso outras complicações foram fatais, a todos estes o nosso descaso, e nem me fale que não é descaso, lamentamos a morte do outro lado do mundo, mas em solo nacional não passam de números. Desligamos a TV ao acompanhar a nova métrica acompanhada diariamente no Instagram da prefeitura: quantos % de ocupação dos leitos de UTI? Fala sério, há 3 anos atrás você nunca se importou e nem eu… Tá vendo, daqui mesmo só são 15% os de fora é que estão lotando os leitos… Por que não se tratam em suas cidades? Vem lotar leitos daqui? Que empatia e humanidade hein meu camarada.
Se identificou né? Pois é, eu também. Que possamos ter a graça de podermos ser inúteis, e mais, que possamos ser respeitados em nossas fragilidades, por não sermos super homens ou super mulheres. E se fossemos, todos nós teríamos a nossa fraqueza, seja ela criptonita, família, um amor, uma identidade não revelada…
Que possamos ser úteis em nossa inutilidade. Se não bastar, imprima por favor esse texto no timbrado do hospital e assine aqui seu Dr. para que eu leve até os Super Homens e Mulheres acima de nós, meros mortais. Cuidem-se, somos frágeis, não se enganem, esse discurso de superar tudo é conversa. Somos humanos.
*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do BLOG DO ANDERSON