Obra Literária | Cayan Saraiva lança “A Civilização: O Renascer das Sombras” em Vitória da Conquista

Foto: Divulgação

Neste sábado (20), às 14 horas, acontecerá o lançamento do romance A Civilização: O Renascer das Sombras. O evento será no Studio Kombi Gogh, no Shopping Conquista Sul. Escrito por Cayan Saraiva, o livro entrega aos leitores um mundo paralelo repleto de seres mágicos e conflitos latentes, onde a jornada do herói é apresentada de forma intensa e encantadora. É uma fantasia que surpreende quem lê e traz inúmeras reflexões que podem ser pensadas no mundo real. Aqueles que se debruçaram sobre obras como Harry Potter, As Crônicas de Nárnia e outros universos fantásticos se sentirão atraídos e acolhidos em Obliquom, mundo onde a história de A Civilização é ambientada.

Sobre o autor

Cayan Saraiva é um jovem de 24 anos. Nasceu em Botuporã, onde foi registrado como Cayan Gomes Oliveira. Vindo dessa pequena cidade do Sudoeste baiano, localizada a cerca de 300 km de Vitória da Conquista, hoje ele é um estudante de Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) – mas antes de tudo, é um aficionado pela literatura e obras do audiovisual. Por ter crescido em local pequeno, Cayan não tinha muito acesso à literatura além dos poucos livros fornecidos pela escola e os que encontrava na biblioteca simples de sua cidade. Ainda assim, aos seis anos, após ler o conhecido conto infantil A Formiguinha e a Neve, descobriu a imensidão que a leitura poderia lhe oferecer, partindo para os contos folclóricos e dos Irmãos Grimm. Desde então, sua fascinação pela literatura foi crescendo, até encontrar os universos de Harry Potter, O Senhor dos Anéis e Sherlock Holmes. Desde cedo, Cayan vivia imaginando histórias e as contando para si mesmo ou para outras pessoas. Já na adolescência, passou a se imaginar escrevendo alguma história própria. Mas foi só aos 18 anos que decidiu se aventurar na escrita. Após o contato com o livro Jogos Vorazes, ficou bastante interessado em filmes e histórias com suspense psicológico e distopias. Foi quando veio o lampejo de que ele também poderia escrever algo sobre isso.

Entrevista com o autor

Quando você passou a escrever?

Após o lampejo, abri o computador e sobre a tela em branco fui escrevendo como um louco centenas de palavras que surgiram da minha mente. Desde então, não parei. Pior, meu interesse por literatura, escrita e mercado editorial só se tornou maior.

Quais são suas inspirações literárias?

Meu livro de cabeceira é O Senhor dos Anéis. Digo isso porque, mesmo extenso, eu o leio como o livro mais fluído do mundo. Já tendo assistido aos filmes e lido antes, ainda entro na história e perco a noção do tempo como se fosse a primeira vez. Contudo, também tenho inspirações outras como Duna, livros do H. P. Lovecraft, H. G. Wells e o Patrick Rothfuss. De brasileiros, Jorge Amado, Guimarães Rosa, Machado de Assis, Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu. E acabei descobrindo histórias e escritas inspiradoras recentemente como do Raphael Draccon, Milan Kundera, George R.R. Martin e Gabriel García Marquez.

Qual o estilo de livro que costuma consumir?

Sou eclético e, como todo eclético, sou indeciso. Minha vitrine favorita são as histórias e não exatamente seus gêneros. Mas não posso negar a estima especial pela ficção fantástica e ficção científica. Tenho interesse por jogos psicológicos, tramas de investigação, reflexões de situações da vida, e também me aventurar em mundos desconhecidos, conhecer culturas incríveis onde vivem dragões, ogros, elfos, duendes e uma série de monstros.
Minha maior indecisão é escolher qual será a próxima história a ler. Se será sobre um grande nomeador capaz de domar as forças da natureza em busca de vingança contra um ser místico e poderoso, ou se será sobre um homem de meia idade com crise existencial que trabalha como removedor de animais mortos no meio das estradas. Ou de um casal improvável que decide viver junto em plena revolução ideológico-política de seu país, que promete transformar tudo.

Quais são seus outros livros?

Ao todo, são seis livros, incluindo A Civilização, com um ainda em desenvolvimento. Alguns foram livros que escrevi para experimentar outros gêneros, como o Desabafos de Quarentena. Este foi um livro de poemas que escrevi durante o início da pandemia para me distrair e poder traduzir o momento que vivia em poucos versos. Por fim, o publiquei como e-book no kindle da Amazon, sem muitas pretensões. Outro é um livro de contos infanto-juvenis, escrito mais para exercitar o gênero e poder refletir sobre temas da minha infância. Então, restaram dois: um de ficção científica e outro de distopia e thriller policial.
Este último, na verdade, fora meu primeiro livro escrito, com uma linguagem literária ainda pouco desenvolvida e com partes a corrigir. Decidi mantê-lo na gaveta por enquanto. Fala sobre uma cidade imaginária em que personalidades importantes da sociedade são assassinadas misteriosamente, enquanto um grupo policial tenta desvendar o caso, além de lidar com um personagem com transtorno de identidade, mas que pode ajudar a solucionar o problema. E por fim, a história de ficção científica foi o mais recentemente escrito, retratando uma sociedade futurística vivendo num estado de pós-apocalipse. Mesmo com uma escrita mais elaborada, ainda lhe resta uma boa revisão, porém com chances consideráveis de ser publicado em um futuro próximo.
Quanto ao livro em desenvolvimento, chama-se A Ressonância e é uma história de terror/fantasia, disponível gratuitamente na plataforma online de leitura Wattpad.

Sobre “A Civilização”, como surgiu a ideia do livro?

Eu estava de férias do cursinho em janeiro de 2015 e resolvi maratonar alguns filmes favoritos: as sagas completas de Star Wars e O Senhor dos Anéis (talvez, pela quarta vez). Ao término, tive um momento de profunda reflexão e pensei: eu nunca tinha pensado antes em escrever uma história de fantasia e eu adoro tanto esse gênero! A partir daí, comecei a criar o mundo de Obliquom em minha cabeça, ainda com uma história completamente diferente de A Civilização.
Lá para o final de 2016, enquanto eu estudava roteiro de cinema/série, tive a ideia de escrever um roteiro de uma série sobre um mundo fantastico de Obliquom, retratando alguns lugares do mundo, enquanto acompanhávamos certos personagens. Quando terminei o primeiro rascunho do piloto, já disse pra mim mesmo: isso não pode ser um roteiro, vai ser um livro! Semanas depois dei início a escrita de A Civilização.
Qual seria o perfil de leitor dessa obra?

Os leitores de Tolkien, das Crônicas de Nárnia e das Crônicas de Gelo e Fogo vão encontrar os grandiosos cenários, múltiplos personagens em tramas únicas e uma história que se preenche de magia, seres místicos e longas jornadas pelos confins do mundo. Porém, isso não deixará de fora leitores de Harry Potter, Percy Jackson ou mesmo de A Corte de Espinhos e Rosas ou Trono de Vidro, onde temos desenvolvimento de personagens em meio a conflitos externos e internos.

Acretido que possam se interessar também os leitores que gostam de jogar RPG ou mesmo aqueles que consomem animes. Pois, umas das minhas inspirações para escrever batalhas e utilização de poderes, foram os animes shounen – os quais costumam ter aventuras recheadas de lutas.

Em que “A Civilização” difere de suas outras obras?

Quando pensei em A Civilização, juntei três coisas que gosto muito nas histórias: desenvolvimento de mundo, de personagens e de conflitos. Dentro disso, temos um mundo que participa ativamente do desenrolar do livro, não sendo apenas uma paisagem para se admirar. As personagens ganham experiências de modo natural, se desenvolvendo a cada página, cada desafio, cada reflexão; não precisamos esperar centenas de páginas para perceber a progressão delas. Quanto aos conflitos, me empolguei bastante. Tinha duas opções: duelos poéticos com espadas se cruzando ou detalhes técnicos de lutas corporais que se intensificam. Resolvi me inspirar também nessas ideias, mas fiz diferente. Temos grandes batalhas com uso do corpo, objetos especiais e poderes mágicos ordenados numa coreografia dentro das páginas. Podem esperar páginas de lutas de prender a atenção.
Como é conciliar a medicina com a literatura?

Muito difícil! O único período cabível para escrever eram as férias. Tive o período de um mês, até de quase três meses de férias no ano. Então aproveitava essas ocasiões para fazer um intensivão de escrita nos livros. A Civilização começou a ser escrito nas minhas férias do primeiro semestre e terminou durante a pandemia, quando houve paralisação das atividades presenciais. O maior problema de escrever durante os semestres, além do tempo corrido, era a quantidade de tarefas exigidas pela faculdade durante o meio da semana e também aos finais de semana. Mas como diz o velho ditado baiano: quem quer dá seus pulos. Acabei dando vários pulos nas oportunidades que me apareceram. E a escrita nunca foi um acréscimo de cansaço, ao contrário – ela consegue retirar o cansaço da faculdade, apesar de nem sempre ser um ofício fluído.

Há algum motivo para o nome artístico?

Eu venho de uma família, da parte paterna, que já carrega o sobrenome Saraiva há quatro gerações. E eu também deveria receber tal sobrenome. Contudo, na época, em um velho cartório de antigos costumes rígidos, não foi aceito o Saraiva, apenas o último nome do meu pai: Oliveira. Houve discussões, dissabores, mas terminou por eu ter ficado com o Oliveira. Inclusive, mesmo tendo 4 dias de vida durante o episódio, passei a vida sem aceitar o sobrenome Oliveira, acabando por sempre utilizar apenas o da parte materna: Gomes. Vindo da família Saraiva, onde todos da cidade e vizinhança conheciam aquelas pessoas pelo sobrenome, carregando-o com muito orgulho, sentia-me excluído, ainda ressentido contra o cartório. Eu era o “dessaraivado”.
Andava pensando muito em como colocar o Saraiva em meu nome, ao mesmo tempo que jamais havia pensando em pseudônimo ou nome artístico para utilizar. Com a morte da minha avó neste ano de 2021 e todo aquele sentimento de comoção associado ao legado dela, decidi pelo nome artístico Cayan Saraiva, homenageando minha avó e restituindo um direito, digamos assim.


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