Jorge Maia | Professor e Advogado
As manhãs e as tardes de domingo são diferentes de todas as demais manhãs e tardes. Há um fascínio cativante que leva poetas e cantores a ver arte e vida no encantamento do domingo. As velhas tardes de domingo do Roberto e a tragédia baiana de Domingo no parque de Gil retratam as condições do que só poderia acontecer em um domingo. E Tim Maia e Gal Costa cantando a canção de “vendo a vida acontecer como um dia de domingo” de Michael Sullivan e Paulo Massadas. Tudo isso dá uma saudade dos domingos que, poéticos ou trágicos marcam o nosso imaginário. Há duas canções de Zucchero que tratam do domingo: Domenica e Il Suono Della Domenica, cujas letras tratam do dia de domingo. O domingo sempre será um dia especial. É um portal de esperança, alegria e possui um ar de sagrado. Confira a crônica de Jorge Maia.
Antigamente, domingo era dia de fazer visitas, sempre na parte da tarde, sem avisar, não havia redes sociais. Servir cafezinho com um modesto bolo de fubá ao som de muita prosa, e até de algum fuxico, certamente com uma vassoura atrás da porta, depois decerto tempo, afinal, precisávamos aproveitar o domingo.
Mas o domingo é sempre rico, que o diga Alceu Valença em La belle de jour “E a moça no meio da tarde de um domingo azul”. Ah! O domingo tem diversas cores. Não precisa ser artista para sentir o encanto do domingo, mesmo quando não ensolarado, mas frio e chuvoso, o domingo trás, em si, a beleza tranquila do descanso anunciado, cheio de preguiça e santificação. É dia que promove esperança e deixa parecer que tudo vai dar certo. Bom, domingo pede cachimbo, sobre tudo da paz.