De acordo com levantamento apresentado nesta terça-feira (23) pela empresa Cria Rumo Consultoria os conquistenses apontam o clima de Vitória da Conquista como a sua principal característica original. Em seguida, vêm outros itens como a produção de Biscoitos, o Festival de Inverno Bahia e o Café. O diagnóstico foi elaborado após um trabalho de pesquisa que durou dois meses e meio, com a realização de mais de 200 entrevistas nas quais as pessoas eram convidadas a dizer, por livre associação, o que lhes vinha à cabeça quando se falava de Vitória da Conquista. Além dessas consultas, o trabalho envolveu visitas da equipe de turismólogos a eventos culturais, bares, restaurantes, academias, hotéis, agências de viagem e outros pontos relacionados ao turismo religioso ou de negócios. A apresentação do diagnóstico conclui a segunda etapa do processo de elaboração do Plano Municipal de Turismo Sustentável (PLANTURIS). “A reunião foi para ver se esse levantamento de prioridades e de vocação turística, e tudo o que foi levantado, faz sentido”, explicou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Antônio de Miranda Ferreira.
Segundo Marcos Ferreira, era necessário que os setores relacionados ao turismo local conhecessem e validassem os resultados da pesquisa. “Tem que ter a chamada cor local e os anseios da população”, diz. “Porque é a população que fica. O turista é importantíssimo, ele vem e traz divisas, mas ele vai embora. A população é quem cuida, é quem faz a propaganda e vende a cidade”. Marcos informou que restam ainda três etapas para a conclusão do trabalho. “A ideia é que em novembro tenhamos o esboço, ou se não a conclusão do Plano Municipal de Turismo Sustentável”, avaliou. Como observou o professor Luiz Ferraz de Sá Júnior, que leciona sobre turismo e hotelaria no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), trata-se de um trabalho que, por sua complexidade, deve ser feito com cautela. “É um processo longo, que está iniciando e ainda vai gerar muitas discussões.
Mas, essas discussões são necessárias, até para haver um amadurecimento e uma assertividade no direcionamento do turismo para Vitória da Conquista”, observou. Os resultados do trabalho, no futuro, serão válidos não apenas para o município, como espera Livio Santos Moniz, gerente adjunto do SEBRAE [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas]. “Esse trabalho vai nos direcionar com relação às perspectivas futuras. Até nós, como SEBRAE, precisamos enxergar melhor onde nós estaríamos alocados e como nós poderíamos contribuir de forma mais efetiva para que, juntamente com as demais entidades aqui presentes, possamos fazer um conjunto de ações que realmente impactem no desenvolvimento do turismo para o município”, afirmou Lívio, que coordena, a partir de Vitória da Conquista, um contingente formado por mais de 80 municípios. Além disso, o próprio Município de Vitória da Conquista poderá vir a colher frutos, a partir da elaboração do PLANTURIS.
É o que espera a médica e produtora cultural Rosa Maria Falcao de Oliveira Aurich, que integra a equipe do Conselho Municipal de Cultura, responsável pela pasta de bens imateriais e patrimônio histórico. “Toda vez que se trabalha mapeando, identificando as potencialidades, do ponto de vista estratégico, pensando na economia do município, com certeza a gente vai colher frutos, porque a gente tem uma população circulante do entorno que movimenta, consome na nossa cidade e a faz crescer, além das pessoas que moram”, disse Rosa. Segundo a conselheira, os resultados poderão ser sentidos, principalmente no setor cultural. “Como parte do Conselho Municipal de Cultura, estamos aqui para beber dessa fonte e para começar a implementar, também, esse modelo dentro da Secretaria Municipal de Cultura, entendendo que turismo e cultura, ao comungarem, não são separados”, pontuou. “O fato de termos a Secretaria Municipal de Cultura avançando nesse processo já nos dá, também, uma base pronta. Já ajuda nesse processo de caminhar para que a gente elabore o Plano de Cultura, também”.
