Eleições 2022 | Jerônimo atrai apoio até de bolsonaristas, que criam voto ‘JeroNaro’ ao Governo Baiano

Foto: BLOG DO ANDERSON

O revés de ACM Neto, referente ao ex-prefeito de Salvador Antônio Carlos Peixoto de Magalhães Neto, do União Brasil, que começou a campanha na liderança, mas foi superado em votos por seu adversário, fez com que parte de seus aliados iniciasse uma debandada em direção a Jerônimo Rodrigues Souza, do Partido dos Trabalhadores, na disputa ao Governo Estadual Baino nestas Eleições 2022. Empurrado pela força de Lula e da máquina governista, Jerônimo teve 49,45% dos votos válidos no primeiro turno contra 40,8% de ACM Neto e 9,08% do bolsonarista João Inácio Ribeiro Roma Neto, do Partido Liberal, resultado que fez com que os ventos mudassem de lado no meio político neste segundo turno. Prefeitos, deputados, vereadores e líderes políticos que haviam apoiado ao ex-prefeito de Salvador no primeiro turno, agora aderiram ao petista em alianças pouco ortodoxas que incluem até um movimento “JeroNaro”, com voto casado em Jerônimo e no presidente da República Brasileira Jair Messias Bolsonaro, do PL. Confira a reportagem da Folha de S. Paulo desta quarta-feira (19).

O movimento partiu de setores mais conservadores que não tiveram sucesso nas urnas. O primeiro a mudar de lado foi o vereador e deputado federal em exercício Joceval Rodrigues (Cidadania). Ligado à Igreja Católica, ele foi líder da maioria na Câmara Municipal de Salvador na gestão ACM Neto.

Também aderiu a Jerônimo uma parcela do PSC, legenda ligada à Assembleia de Deus. Derrotado nas urnas, o presidente estadual do partido, Heber Santana, rompeu com ACM Neto, de quem foi secretário municipal, e se engajou na campanha do petista. O apoio a Jerônimo, contudo, não se estende a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial, diz Eliel Santana, vice-presidente nacional do PSC.

“Nacionalmente, continuamos com Bolsonaro. Mudamos de posição aqui na Bahia por insatisfação com o tratamento que foi dado ao nosso partido. Fomos convidados por Jerônimo e vamos fazer a interlocução dele com o segmento evangélico”, afirma Eliel Santana, pai de Heber.

Ele admite que houve críticas à decisão por parte dos filiados e da militância do partido. Mas diz acreditar que as resistências podem ser contornadas: “O eleitor vota com sua consciência. Não queremos induzir ninguém.”

Com a força da máquina governista, Jerônimo conseguiu trazer para o seu lado mais de uma dúzia de prefeitos de diferentes partidos que no primeiro turno estavam com ACM Neto. O movimento foi apelidado de maneira jocosa de “portabilidade” de prefeitos.

Entre aliados de ACM Neto, a estratégia é vista como pouco efetiva. Eles alegam que dificilmente os eleitores vão mudar a escolha do primeiro para o segundo turno tão somente por orientação de um prefeito ou líder político.

Enquanto intensifica as articulações políticas com o apoio do governador Rui Costa (PT), Jerônimo começa o segundo turno jogando parado: evita polêmicas e já negou o convite para participar de debates em duas emissoras de televisão.


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