Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor
Até há poucos dias o presidente da Câmara dos Deputados, o Arthur Lira, era visto pela esquerda como um mero puxa saco mequetrefe do capitão-presidente psicopata que enterrou mais de cem pedidos de impeachment contra o chefe da nação. Seu nome é sujo como pau de galinheiro. Foi só terminar as eleições e o PT sair vitorioso para tudo mudar, como se troca de camisa, sem ética e ideologia, coisas raras nesse nosso país. Basta o barco começar a afundar e a ratazana pula fora para outro mais seguro, caso do histórico centrão mamão. A direita vira esquerda e a esquerda direitona para se agarrar ao poder. É sempre assim que a banda toca. Não existe o mínimo de decência, e as palavras voam aos ventos quando o próprio eleito disse que não iria interferir na eleição do Congresso Nacional. Vivemos e nos alimentamos de mentiras todos os dias. >>>>>.
O Lira agora é o nome dos partidos das bandeiras vermelhas como candidato para permanecer na presidência da Casa. É o cinismo de uma corja sinistra num Brasil sem ideal político onde o eleitor não passa de um metal vil enferrujado que só presta para clicar os números nas urnas.
Eles têm até três aposentadorias, ou mais, como a concedida agora pelo Lira para o capitão, na faixa de 30 mil reais, e ninguém cede um milímetro de suas benesses, verbas de indenização, gabinete, comissões e outros penduricalhos. Todos na fartura unidos para dar um cala boca de osso e pelancas para os mais de 60 milhões, sem projetos para acabar com essa miséria vergonhosa que mancha o Brasil.
Eles fazem seus conluios espúrios para liberar bilhões para o Bolsa Família de seiscentos reais e mais cento e cinquenta para cada filho de até seis anos, mais um estímulo para a procriação de mais bebês que não deveriam vir ao mundo. Os pobres têm uma penca de filhos sem perspectivas de um futuro melhor. Deveria haver um programa de controle familiar.
Quero deixar bem claro aqui que não sou contra socorrer os famintos porque a fome é a pior dor do ser humano. Só quem já passou conhece bem a cara dela. É feia e cavernosa com suas armaduras da morte. No entanto, esse esquema cheira a comodismo e treita de quem tem o interesse de deixar tudo no mesmo para dele tirar proveito no voto lá atrás.
Além do mais, significa decretar a falência fiscal do Brasil, sem falar na inflação que vai correr o mesmo auxílio. Até quando vamos continuar mantendo essas esmolas que só envergonham o cidadão, como já dizia nosso cancioneiro Luiz Gonzaga?
Todos são bonzinhos desde que os desgraçados excluídos não invadam suas mansões e latifúndios. Não existe ideologia de direita e de esquerda, mas ajuntamentos para que as castas permaneçam abastecidas, cada um com seus poderes e mordomias. A ideia é que todos saiam bem na foto com cara de piedosos.
Tudo isso é feito fora do teto de gastos do orçamento. Ninguém até agora apresentou programas alternativos em paralelo de geração de emprego e renda para reduzir essas astronômicas despesas, dando trabalho e autoestima às pessoas. É uma Bolsa Família ad infinitum.
O que o país precisa mesmo é de uma revolução social de base para quebrar de vez esse ciclo assistencialista. Isso só será possível através de educação maciça de qualidade que levará o país ao desenvolvimento e à redução das profundas desigualdades de ganhos. É um sistema perverso que só faz engrossar a ignorância para aplaudir essa corja que há séculos mama nas tetas da população.