A Polícia Federal prendeu seis pessoas na terceira fase da Operação Lesa Pátria, que investiga financiadores e participantes dos atos golpistas; 120 policiais federais saíram às ruas em seis estados e no Distrito Federal para cumprir 11 mandados de prisão preventiva, sem prazo para acabar. A investigação no Supremo Tribunal Federal é sigilosa. A TV Globo apurou os nomes de seis investigados presos nesta sexta-feira (27). Maria de Fátima Mendonça Jacinto foi presa em Santa Catarina. No dia dos ataques, ela foi filmada invadindo o Supremo Tribunal Federal. “Olha aqui pessoal, Dona Fátima, de Tubarão, Santa Catarina, 67 anos, quebrando tudo”, diz o homem que filma. “Quebrando tudo. É guerra. Vamos pegar o Xandão agora”, diz ela. “Xandão” é o ministro Alexandre de Moraes. Maria de Fátima já cumpriu pena por tráfico de drogas. Ela também é investigada por falsificação de documentos e por tentar enganar o INSS para conseguir um benefício.
Ele é policial federal aposentado e foi candidato a deputado distrital pelo PRP, nas Eleições 2018. Dois suspeitos foram presos em Minas Gerais. Eduardo Antunes Barcelos, da cidade de Cataguases, ele é advogado e aparece em vídeo no dia dos ataques em Brasília. O outro detido é Marcelo Eberle Motta, coordenador do movimento Direita Vive! de Juiz de Fora. No Espírito Santo, a PF prendeu Valfrido Chieppe Dias, que também publicou vídeo durante a depredação da Esplanada dos Ministérios. “O Congresso está sendo destruído. Ó lá, ó lá! Estão quebrando tudo!”, diz ele nas imagens. No Paraná, a Polícia prendeu Claudio Mazzia, diretor de uma construtora em Londrina. Segundo a PF, Cláudio seria organizador de uma excursão com 20 ônibus para Brasília. A operação cumpriu 27 mandados de busca e apreensão. Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, sobrinho de uma ex-mulher de Jair Bolsonaro, foi alvo de mandados de busca em Brasília e no Rio de Janeiro. No dia da invasão, Léo Índio publicou uma foto em que ele aparece no alto do Congresso Nacional. Os alvos da operação desta sexta podem responder por sete crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Segundo a PF, todos esses investigados tiveram participação nos atos golpistas. Os crimes cometidos pelos vândalos foram exibidos nas redes sociais e, agora, as imagens são usadas como prova da investigação. Os pedidos de prisão e busca e apreensão foram feitos pela Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República se manifestou favorável às medidas. O ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou em uma rede social a operação da PF. O ministro escreveu: “A autoridade da lei é maior do que os extremistas”. Os investigadores também identificaram, nesta sexta, um homem que apareceu nas imagens divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal na quarta-feira (25). Nas imagens, é possível ver o suspeito usando a toga de um dos 11 ministros da Corte. Willian da Silva Lima foi preso no dia 8 de janeiro pela Polícia Judicial. As defesas de Léo Índio, de Marcelo Motta e Eduardo Barcelos afirmaram que eles não cometeram crimes. A defesa de Claudio Mazzia disse que não teve acesso aos autos. O Jornal Nacional não conseguiu contato com as defesas dos outros investigados.