Direitos Humanos | jovem denuncia transfobia na Associação no Transporte Coletivo em Vitória da Conquista

Foto: Edição | BLOG DO ANDERSON

Uma jovem de 27 anos relatou ter sofrido transfobia na Associação das Empresas do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Vitoria da Conquista (ATUV). A estudante Luna Glasklov Lima, de 27 anos, foi vítima ao comparecer para atualizar o cadastro que dá acesso ao sistema. Durante o atendimento, que aconteceu na sexta-feira (17), Luna Glasklov, relatou que foi tratada no masculino pela recepcionista, mas decidiu ignorar a situação. Entretanto, ela continuou sendo tratada pelos pronomes incorretos durante o atendimento. “Eu não absorvi aquilo no momento e decidi prosseguir com meu atendimento. Chegando na mesa onde seria feita a renovação, a atendente também me tratou no masculino, mesmo em posse do meu documento” relatou. Ao chamar a gerência para tratar o ocorrido, o tratamento transfóbico continuou. “Ele também começou a me tratar no masculino. Eu falei ‘não sou senhor, é senhora. Meu nome é Luna, sou uma pessoa trans e os pronomes usados são ela/dela. Mas, mesmo assim, ele continuou a me chamar de senhor”. Luna prestou Boletim de Ocorrência na 77ª Companhia Independente de Polícia Militar e também na 1ª Delegacia Territorial de Polícia Civil no Distrito Integrado de Segurança Pública de Vitória da Conquista.

Há três anos, a transfobia passou a ser considerada crime pelo Superior Tribunal Federal (STF), e os atos devem ser enquadrados no crime de racismo. Segundo a Coordenação de Políticas LGBT, Vitória da Conquista tem mais de 33 mil LGBTQIA+. O coordenador José Mário Barbosa dos Santos criticou a postura dos funcionários da ATUV, que está sob intervenção municipal, e declarou que a conduta do gerente é considerada crime. “Ela tem um nome já com adequação civil, não cabia o nome masculino. Não cabe o uso do artigo ele, para que respeitasse aquela identidade, aquele corpo, aquela pessoa”, disse. A advogada de Luna, Luna Vitória Santana, explicou que a identidade de gênero é considerada direito da personalidade, assegurada pelo Código Civil, e que o processo de ratificação de registro é livre de qualquer modificação corporal. ”Os fatos serão analisados, mas já é possível identificar uma negação à sua própria dignidade, já que o sistema de justiça entende que a identidade de gênero faz parte da dignidade da pessoa humana”, declarou Luna na reportagem do Jornal da Manhã [TV Bahia] que foi ao ar nesta sexta-feira (24).


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