Destaque da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia | pesquisa aponta fatores que influenciam na diabesidade

Fotos: Reprodução | UESB

Wellington Nery | UESB

Você já ouviu falar em diabesidade? O termo é utilizado para descrever os efeitos adversos à saúde combinados entre a obesidade e a diabetes mellitus tipo 2. O desenvolvimento e agravo desta doença está relacionado a aspectos genéticos, sociais e fatores relacionados ao estilo de vida. Para investigar essa questão, a educadora física Poliana Santana Pereira, desenvolveu uma pesquisa sobre a diabesidade entre adultos quilombolas. Vale destacar que o tema é novo e ainda não tem dados catalogados no Brasil. O estudo foi desenvolvido no curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação Física, parceria da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia com a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). A proposta foi avaliar a influência do comportamento sedentário e da atividade física, associada a outros fatores de risco, para identificar a diabesidade nesse grupo específico de adultos. O estudo epidemiológico teve como base populacional quilombolas residentes na microrregião de Guanambi, na Bahia. Segundo a pesquisadora, o comportamento sedentário e a atividade física apresentaram capacidade discriminatória aceitável para determinar a diabesidade em adultos quilombolas.

“Entre as combinações de comportamentos avaliadas, chamou a atenção a presença do consumo de álcool entre as combinações com maiores escores de cluster e sua associação com a diabesidade, e a ausência de fatores de risco pode ser um fator de proteção frente a diabesidade”, observou na reportagem da UESB nesta quarta-feira (15). O consumo de álcool, de tabaco e a ingestão de alimentos açucarados e gordurosos são fatores agravantes no acometimento da diabesidade. “Os maiores escores foram observados para as combinações de consumo de álcool sem a presença dos demais fatores de risco, seguido de consumo de álcool e tabaco e consumo de álcool, tabaco e alimentos açucarados e gordurosos.

Além disso, a ausência de todos os comportamentos de risco associou-se a menor prevalência de diabesidade apenas na análise bruta”, completa a pesquisadora. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas e avaliação antropométrica. Foram incluídas informações sociodemográficas e estilo de vida [sexo, idade, nível de escolaridade, raça/cor, inatividade física, comportamento sedentário, consumo de álcool e tabagismo, presença de diabetes, hipertensão, colesterol autorreferidos, medida da massa corporal e da estatura]. A amostra do estudo, que contou com banco de dados de outros pesquisadores da UESB, compreendeu 348 adultos, entre 50 e 92 anos, sendo 53,5% mulheres e 46,5% homens. A prevalência geral de diabesidade foi de 4%, utilizando o Índice de Massa Corpórea (IMC), e de 17,8% utilizando a circunferência de cintura. O estudo resultou, ainda, na publicação de dois artigos e na dissertação “Diabesidade, Inatividade Física e Comportamento Sedentário entre adultos quilombolas”, primeira defendida pelo PPGEF. O trabalho contou com a orientação do professor Saulo Vasconcelos Rocha.


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