Atos de 8 de Janeiro | Gonçalves Dias pede demissão do GSI após ser mostrado em vídeo no Palácio do Planalto

Foto: Reprodução | Estadão

O general Marco Edson Gonçalves Dias pediu nesta quarta-feira (19) demissão do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República Brasileira. O pedido ocorre após vídeo mostrando o ministro no Palácio do Planalto durante invasões golpistas de 8 de janeiro. O pedido foi feito após reunião com Lula e chefes de outras pastas, no Palácio do Planalto. O general da reserva é o primeiro ministro a deixar o Governo no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. A atuação do GSI durante os atos de 8 de janeiro, em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, é alvo de críticas. A presença e a atuação de Dias no Palácio do Planalto, sede do Executivo, no dia dos atos foram divulgadas em vídeo pela CNN Brasil. As imagens mostram Gonçalves Dias e funcionários do GSI circulando entre os invasores no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Um dos funcionários do GSI conversa com invasores e os cumprimenta. Outro trecho mostra servidores do órgão entregando água aos vândalos. O GSI divulgou nota para justificar a presença do chefe do órgão no Palácio do Planalto, na qual afirma que as imagens mostram a “atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto”. “A respeito de reportagem veiculada no dia de hoje, sobre os ataques do 8 de janeiro, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) esclarece que as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos“, explicou o GSI.

Em nota divulgada após o pedido de demissão, a Secretaria de Comunicação da Presidência diz que “a violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três Poderes da República alcançou um governo recém-empossado, portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior, inclusive no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foram afastados nos dias subsequentes ao episódio”. O órgão afirma que 81 militares, inclusive do GSI, já foram ouvidos no inquérito sobre os atos e que “o governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio”. O GSI, formado majoritariamente por militares, é o órgão responsável pela segurança das instalações da Presidência da República. Até o início de do ano, também fazia a segurança pessoal do presidente e de seus familiares. Mas Lula decidiu ter sua segurança composta por policiais federais, alguns que já o acompanharam durante a campanha presidencial. Lula e boa parte do governo tem receio da atuação de militares no núcleo da administração federal. A quantidade de militares que participaram do governo Bolsonaro deixou a impressão no governo petista de que parte das Forças Armadas assumiu uma atuação ideológica. Vídeos gravados durante o dia 8 de janeiro mostram, por exemplo, o então comandante do Batalhão de Guarda Presidencial (BGP) pedindo uma atuação mais branda da Polícia Militar do Distrito Federal com os invasores. Marco Edson Gonçalves Dias é natural de Americana, São Paulo. Ele entrou para o Exército Brasileiro em 1969, por meio da Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais em 1986 e a Escola de Comando e Estado Maior do Exército em 1994. Chegou a ocupar o cargo de Comandante da Sexta Região Militar e a comandar o 19° Batalhão de Infantaria Motorizado. Foi alçado ao cargo de general e, atualmente, está na reserva [como os militares chamam a sua aposentadoria]. Dentro do governo, já foi Secretário de Segurança da Presidência da República Brasileira do governo Lula e chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Vana Rousseff. Informações do g1.


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