Giorlando Lima | jornalista
Desembarquei na estação rodoviária de Vitória da Conquista em 24 de setembro de 1984. O meu velho professor e amigo Wilson Barbosa, da sertaneja Uauá, editor de Municípios de A Tarde, passou três meses conversando comigo para vir trabalhar na sucursal do jornal. De Vitória da Conquista eu só sabia do café, do frio e que a Rio-Bahia cortava a cidade. Quis conhecer mais e topei. Pedi demissão do Baneb e vim, com a mala e uma cuia para encher de experiências. Quando cheguei, aqui já viviam dezenas de milhares de pessoas que saíram de suas cidades de origem e estavam sendo chamadas de conquistenses. Quando o IBGE concluir esse censo “de rosca”, vai dizer que aqui moram umas 390 mil pessoas. Não as 400 mil que a gente se gaba. Do total, seguramente, uns 50,01% ou não são originariamente daqui ou são filhos ou netos de quem chegou um dia para trabalhar ou descansar da viagem longa pela BR-116.
Conquista – que um dia voltará a ser oficialmente chamada só assim – é um lugar cosmopolita. E a cada dia chega mais gente de algum lugar mais distante. De outros estados, de outras cidades, até da capital. Como o jornalista Luiz Fernando Lima, o novo secretário de Comunicação da Prefeitura de Vitória da Conquista. Veio de fora como Dalton Godinho, trazido por José Pedral. A exemplo de Gorgônio Loureiro, da gestão de Murilo Mármore. Ou Gustavo Falcon, que fazia essa tarefa no primeiro governo de Guilherme Menezes; como Maria Marques, que trabalhou nos governos petistas e no de Herzem Gusmão; como César Lisboa, atuante com Guilherme e Zé Raimundo; como Afonso Silvestre, Nagib Barroso, Penildo Silva Filho, Ernesto Marques, André Ferraro, Marcos Ferreira, eu…Continue a leitura.
A formação e o currículo de Luiz (de quem eu nunca ouvira falar, até a prefeita dizer o nome dele, uma única vez, e sem sobrenome, em uma conversa telefônica fortuita), são muito bons. Eu não tenho nenhuma dúvida de que ele vai fazer um excelente trabalho – e tomara que melhor que o meu, para o bem de Sheila. E vai gostar de Vitória da Conquista como eu gosto e vai ser acolhido pelos colegas e pelo governo como eu fui.
E tomara que fique por cá.
O querido Ernesto Marques disse, mais de uma vez, quando esteve por aqui, que se sentia tão cativado que pensava em ficar. Entretanto, gente como Ernesto segue os amores e ele foi embora. Mas, quem sabe Luiz fique? Só espero que ele não acredite nessa conversa de que quem bebe da água do Poço Escuro não vai mais embora. Se beber, morre.
Quero desejar a ele uma boa chegada, uma bela estada e um grande trabalho. Desejo que faça muitas amizades, com paciência e atitudes. Que não se importe com a zoeira das redes; não ligue se fuçam seu Twitter, Instagram. É apenas o batismo (o meu foi uma bebedeira terrível no Bar de Mocofaia, em um noite gelada em que me recomendaram tomar Domec para aquecer).
Acredite, Conquista prefere abraçar a empurrar. E você está em um ambiente maravilhoso para trabalhar. Não estou falando do governo, mas da Secom. Esse povo aí vai te fazer feliz e mais famoso.
Seja bem-vindo.