Como forma de estimular a reflexão e capacitar profissionais para atendimento aos pacientes neuroatípicos, a Secretaria Municipal de Saúde realizou palestra sobre a importância da Comunicação Assertiva no acompanhamento da criança com deficiência intelectual, principalmente o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A atividade aconteceu na manhã desta sexta-feira (21), na Sala de Cinema do Boulevard Shopping Vitória da Conquista, com a palestra da psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil, Bianca Prates, que falou dos fluxos de atendimentos no serviço e esclareceu as dúvidas dos ouvintes. A segunda palestra foi da fonoaudióloga Michelle Borges, também especialista em Linguagem e Fonoaudiologia Neurofucional, e pós-graduada em Transtorno do Espectro Autista, que trouxe a abordagem da Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), com a utilização de vários recursos de comunicação para ajudar as pessoas neuroatípicas que são incapazes de usar o discurso verbal para se comunicar ou têm alguma defasagem entre a necessidade comunicativa e a habilidade de falar ou escrever.
Cecília Oliveira Neto, mãe de duas crianças com TEA, foi uma das pessoas que ajudaram a viabilizar o momento de capacitação, por seu interesse e compromisso pessoal em difundir a Comunicação Alternativa. “Eu entrei nesse universo do autismo há quase dois anos e, naquela época, não sabia nem o que isso significava. Meus filhos são nível de suporte três, ambos não verbais, e eu tive o suporte da comunicação alternativa. Por isso quis ajudar a juntar essa parceria, que será a primeira de muitas, para trazer conhecimento nessa área incipiente que é a comunicação alternativa”, disse Cecília.
Participando da palestra, Maria de Fátima Amorim, professora e membro do Conselho Municipal de Saúde, representando os usuários do SUS, parabenizou aos profissionais pela palestra, e afirmou ser uma verdadeira aula. “Foi muito bom. Eu fico muito feliz em ver a secretaria dando esse primeiro pontapé numa questão tão gritante que é a saúde mental no município. Sabemos que os neuroatípicos da nossa região estão passando por um período difícil, porque procuram, mas ainda não tem algo voltado para eles”, disse Fátima.
O secretário de Saúde, Vinícius de Brito Rodrigues, destacou que trabalhar esse tema com os profissionais é importante para o crescimento e melhoria dos serviços de saúde e para ampliar a discussão do atendimento aos pacientes neuroatípicos, que é uma demanda crescente do município. “Vamos ampliar o CEMERF no intuito de prestar atendimento a esses pacientes, nesse sentido da parte intelectual, e já estamos discutindo, junto com a prefeita, a criação de um centro de referência. Espero que a gente possa realizar esse sonho em breve”, afirmou Vinícius.