Entrevista ao Estadão | Bolsonaro rebate denúncia feita Mauro Cid sobre venda de joias: ‘ele tinha autonomia’

Foto: Edição | BLOG DO ANDERSON

Em entrevista ao Estadão na sexta-feira (18), o ex-presidente da República Brasileira Jair Messias Bolsonaro afirmou que Mauro Cesar Barbosa Cid tinha “autonomia” quando perguntado sobre a venda de joias recebidas pela presidência durante as visitas oficiais. De acordo com Bolsonaro, ele quer esclarecer todas as informações sobre os casos das joias o mais rápido possível. Na quinta-feira (17), o advogado criminalista Cezar Bitencourt, que faz a defesa de Cid, disse que o cliente confessaria a Polícia Federal que teria vendido objetos de alto valor fora do Brasil em nome de Bolsonaro. Entretanto, houve um recuo quanto a possível confissão após Bitencourt afirmar que o cliente não falará sobre as joias. Na entrevista, quando questionado se estava se sentindo mal em relação a uma possível delação de Cid, Bolsonaro respondeu ao repórter “O que você acha?”. Ao longo de todos os minutos em que foi entrevistado, o ex-presidente pareceu tenso e estressado. A pedido da PF, o ministro Alexandre de Moraes quebrou os sigilos bancário e fiscal do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle no âmbito desta investigação. Bolsonaro chegou a ser questionado sobre isso e disse que “sem problema nenhum”, mas reconhece que o pedido incomoda. Além disso, ele reafirmou que não entende como ilegalidade o caso do destino das joias que recebeu quando era presidente. Para se defender, ele ainda citou uma portaria do ex-presidente Michel Temer, criada em 2018, que explica que as pedras preciosas são consideradas itens personalíssimos. Bolsonaro não soube responder se teria cometido algum crime após 2021, quando o texto assinado em 2018 foi revogado pelo próprio governo. Essa portaria é referente aos critérios determinados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que definiu que os presentes dados em agendas e viagens oficiais devem ser deixados como patrimônio da União. As exceções são apenas para “itens de natureza personalíssima”, como itens personalizados recebidos pelo presidente e que tenham baixo valor.


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