O médico Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, um dos mortos na madrugada desta quinta-feira (5), nunca havia pisado no Rio de Janeiro. Ele estava num quiosque na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, quando bandidos abriram fogo contra eles. Além de Almeida, foram mortos outros dois profissionais: Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, e Diego Ralf Bonfim, de 35. Daniel Sonnewend Proença também foi ferido e levado para o Hospital municipal Lourenço Jorge, também na Barra. Almeida mora em Jequié, no Centro Sul da Bahia, e estava na cidade para um congresso. Sua irmã, Lais Ribeiro Almeida, de 29 anos, acredita se tratar de um engano. “Com certeza foram confundidos”, afirmou. “Ele era um ser humano incrível, como pai, filho, irmão e médico”. Almeida era casado e tinha dois filhos, de 11 e dois anos. Ele trabalhava no Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié, onde dá plantões às quartas-feiras.
Para ir ao congresso no Rio, havia pedido para seu colega, o médico ortopedista Edvaldo Correia Lago Junior, para trocar o plantão. Edvaldo contou ao GLOBO que soube da morte do amigo pelo site do jornal, assim que acordou, e afirmou que Perseu “era um cara do bem”. “Era um cara do bem, não tinha envolvimento nenhum com nada de errado, também não era envolvido com política, nem gostava disso. O pai dele sofreu um acidente de carro e morreu quando ele estava na faculdade. A mãe dele teve que passar por essa tragédia e agora tá passando por essa outra tragédia com o filho. Acho que o Perseu tava no lugar errado na hora errada”, disse Edvaldo. Almeida se formou em medicina em Salvador e se especializou em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, e neste ano foi para Jequié “para ter uma vida mais tranquila, segundo o colega de trabalho.