Nesta segunda-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra, a Coordenação de Promoção da Igualdade Racial (COPIR) realizou solenidade de abertura do projeto Novembro Negro, com a participação de autoridades, representantes de Comunidades Quilombolas e Povos de Terreiro, além do professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Francisco Carlos Cardoso da Silva, que proferiu a palestra: “União e resistência como foco no racismo estrutural e suas vertentes” .
A prefeita Ana Sheila Lemos Andrade destacou as ações do Governo Municipal de Vitória da Conquista na promoção da igualdade racial e no combate ao racismo, a exemplo do atendimento às 32 Comunidades Quilombolas, aos Povos de Terreiro e aos Grupos de Capoeira. “Nós temos trabalhado, mas é claro que ainda não está perfeito, porém temos avançado e neste dia é importante que se faça uma reflexão: siga a consciência de vocês, consulte o coração de vocês. Sejam independentes, porque enquanto estivermos escutando ou sendo levados por outros, nós continuaremos sendo escravizados”, disse Sheila. Prefeita Sheila Lemos. A secretária de Políticas para Mulheres, Viviane Santos de Oliveira Ferreira, definiu a data como importante momento de reflexão no combate ao racismo e lembrou que o dia de hoje também marca o início da campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.
“Este ano, nosso tema é: Viver é mais importante do que permanecer. Mulheres e meninas, nós precisamos de um olhar especial da sociedade para esta realidade”, destacou Viviane. O secretário Desenvolvimento Social, Michael Farias Alencar Lima, lembrou que a pauta da política de igualdade racial é prioritária para o governo, sobretudo na Assistência Social, onde o governo tem realizado diversas ações por meio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Rural e também pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
O coordenador da COPIR, Ricardo Alves de Oliveira, ressaltou a assistência à Comunidade Negra de Vitória da Conquista. “São mais de 200 terreiros, 25 grupos de capoeira, 32 comunidades quilombolas cadastradas aqui na COPIR. Segundo o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], mais de 12 mil pessoas se declararam quilombolas. Então, nosso desafio é grande, mas o Governo Municipal tem nos dado condições para oferecer o melhor atendimento possível”, explicou Ricardo. O vice-presidente da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, Williams Muniz dos Santos, o Subtenente Muniz, do Avante, falou da importância da celebração do Dia Consciência Negra e do apoio às comunidades quilombolas. “Eu quero parabenizar a todos os líderes quilombolas que lutam pela sua comunidade e não recebem salário para isso”, declarou Muniz. A solenidade foi prestigiada por moradores das comunidades quilombola de Oiteiro e Barreiro do Rio Pardo. Para Ramônica Mendonça, moradora de Oiteiro, o dia é de celebrar, mas é também de luta.
“Esse dia é extremamente importante, pois, além de nós mostrarmos a nossa força, a nossa garra, a nossa existência, a gente deixa bem estampado na cara da sociedade que nós não escolhemos ser escravizados, nós não escolhemos ser pessoas que sofrem preconceito. Não nos deram a oportunidade de escolha, tudo isso foi imposto a nós. E, especialmente nesse dia, a gente vem mostrar que somos guerreiros, estamos aí na luta gritando por liberdade. Liberdade de expressão, liberdade de ir e vir sem preconceito”, ressaltou Ramônica.