Eleito presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia quatro mandatos, o jurista e professor Thomas Bacellar da Silva foi agraciado, na sexta-feira (15), na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). A decisão em conceder a Comenda 2 de Julho ao “precursor da bandeira das Diretas Já para a eleição da OAB-Bahia” foi do presidente da ALBA, deputado Adolfo Menezes, do Partido Social Democrático. O chefe do Legislativo Baiano salientou os saberes jurídicos e os valores democráticos do homenageado, baiano de Macajuba, a quem chamou de “brilhante lucerna iuris”.
“Esta Comenda 2 de Julho é um reconhecimento da Bahia, doutor Thomas, por sua cultura jurídica e defesa intransigente da democracia e dos direitos fundamentais do cidadão”, observou Menezes, para uma plateia representativa do universo jurídico, entre desembargadores, juízes, procuradores, advogados, defensores públicos e demais operadores do Direito, além de familiares e amigos. Em seu discurso, Adolfo Menezes lamentou não ter sido aluno do “mestre”, por ter optado em estudar Economia e não a Ciência Jurídica, mas salientou ter acompanhado suas ideias ao longo da vida. “Acompanhei a vida inteira suas ideias e postura firme em tempos difíceis da ditadura que sombreou o País por longos 21 anos.
Relembro sua atitude enérgica no trágico 27 de agosto de 1980, quando uma bomba, acionada por terroristas, matou a diretora da OAB e, imediatamente, o Conselho Federal da Ordem instituiu o Dia Nacional Contra o Terror e o Prêmio Lyda Monteiro da Silva”, comentou o parlamentar. Adolfo Menezes fez ainda uma defesa enfática da importância de o Brasil trilhar o caminho da constitucionalidade. “O estado policial é um perigo. Fora das quatro linhas da Constituição, tem-se o arbítrio, a injustiça, a incivilidade, a ditadura”, afirmou.
O espírito de gratidão ao professor Thomas Bacellar, pelos conhecimentos transmitidos a diversas gerações de operadores do Direito no estado, foi a tônica das falas dos demais oradores, representando uma gama de instituições de ensino, de classe e governo. O homenageado, revelando uma rica memória da história brasileira, falou, entre diversas outras coisas, dos estragos provocados ao ensino e às faculdades de Direito pelo regime militar. Como a gratidão pontilhou as mais de duas horas de sessão especial, o jurista Thomas Bacellar encerrou o seu discurso retribuindo a honraria recebida e as falas. “A gratidão é a virtude da prosperidade”.