Conflito no Centro-Sul Baiano | indígenas denunciam assassinato de mulher pataxó em Potiraguá

Fotos: Gasinho Dias | G4TV G4drones

Nega Pataxó, irmã do cacique Nailton Muniz Pataxó, do Povo Indígena Pataxó-hã-hã-hãe, foi assassinada na tarde de domingo (21) após um conflito com agentes da Polícia Militar da Bahia e fazendeiros ocorrido no território Caramuru, em Potiraguá, no Centro-Sul Baiano. A informação é da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Segundo a APIB, além dela, o cacique e outra liderança indígena também foram baleados. O estado de saúde deles não foi informado até este momento. Além disso, duas pessoas foram espancadas, uma mulher teve o braço quebrado e outras pessoas foram hospitalizadas, mas sem gravidade.

Dois fazendeiros foram presos por porte ilegal de arma. Consoante a APIB, a retomada de uma fazenda por parte dos indígenas como parte do território Caramuru iniciou na madrugada. Após mobilização dos ruralistas da região pelo WhatsApp, os indígenas foram cercados por homens que chegaram ao local com dezenas de caminhonetes. A mobilização via internet convocava os fazendeiros e comerciantes para realizar a reintegração de posse da fazenda com as próprias mãos. “A região enfrenta os desmandos de fazendeiros invasores que se dizem proprietários das terras tradicionais e acusam o povo de ser ‘falso índio’. A aprovação do marco temporal acentua a intransigência dos invasores, que se sentem autorizados a praticar todo tipo de violência contra as pessoas”, critica a APIB.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um dos feridos no chão, cercado pelo grupo de ruralistas comemorando a ação violenta, narra a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. Policiais, informou a APIB, teriam participado dessa violência contra os indígenas. “Exigimos acompanhamento das autoridades e apuração do caso. Reiteramos que a demarcação das terras indígenas é o único caminho para amenizar a escalada de violência que atinge os povos da região sul da Bahia”, disse a APIB, por meio de nota. A Agência Brasil tentou contato por e-mail com o Departamento de Comunicação Social da Polícia Militar da Bahia, mas não teve retorno até o fechamento dessa reportagem. Informações da Agêncial Brasil..


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