Combate à Intolerância Religiosa | Alvorada dos Ojás pede respeito à liberdade de crença em Vitória da Conquista

Fotos: SECOM | PMVC

Em pedido de paz e respeito à liberdade de crença, foi realizada no sábado (20), a tradicional Alvorada dos Ojás, com a amarração de tecidos brancos nas árvores da Praça Presidente Tancredo Neves e também na Praça Joaquim Correia. O evento organizado pelo Caminho dos Búzios juntamente com a Coordenação de Promoção da Igualdade Racial, reuniu religiosos de Terreiros de Umbanda e Candomblé. O ato marca as comemorações pelo Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro. Segundo o coordenador de Promoção da Igualdade Racial, Ricardo Alves Santos, infelizmente as religiões afro, são as que mais sofrem com a perseguição, com a intolerância, terreiros invadidos, pessoas demonizadas apenas pela sua fé, pela sua crença.

“Cabe ao poder público o dever constitucional de zelar pelo estado laico e pela convivência pacífica de todas as denominações religiosas. Em Vitória da Conquista estamos na 11a Alvorada dos Ojás, um ponto de encontro entre o poder público e a sociedade civil, pelo fim da intolerância, pelo respeito, pela convivência pacífica e pela visibilidade do povo de axé”, explicou Ricardo. A presidente da Rede Beneficente Cultural Educacional e Religiosa Caminhos dos Buzios, Maria da Graças Alves de Souza, a Mãe Graça, explica que a Alvorada é para comemorar o Dia de Combate à Intolerância Religiosa e mostrar para as pessoas a luta do povo de axé por respeito às suas religiões. “O ojá, é o tecido sagrado para o povo de santo, e uma das coisas que ele simboliza é a paz, é o aconchego.

A gente amarra as árvores no dia 20 para que no dia 21 já estejam todas amarradas, já chamem atenção do público para que busquem saber e com isso, a gente vem conseguindo mostrar para as pessoas essa luta que a gente tem que é diuturna”, ressaltou Mãe Graça. Após o ritual de abertura, os filhos, mães e pais de santo amarraram os ojás nas árvores da praça. Para Pai Antônio de Oxum, que há mais de 30 anos abriu um terreiro no bairro Alegria, o combate à intolerância religiosa é todos os dias. “Hoje nós alcançamos essa liberdade de fazer nosso culto em qualquer lugar e hora, mas sou do tempo que a gente pedia autorização na delegacia para bater tambor. Pra gente este dia é muito importante, é uma cerimônia que a gente pede respeito para o povo de axé”, declarou Pai Antônio.


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