O feirante Bruno Amaral Nunes Alves, de 29 anos, segue na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Vicente de Paulo, em Vitória da Conquista, após ser diagnosticado com dengue. Ele teve a forma grave da doença e desenvolveu um quadro agudo de insuficiência renal. A equipe médica iniciou o tratamento de hemodiálise, mas os resultados ainda são ineficazes. A família de Bruno busca assistência ambulatorial há 16 dias, mas não há vaga nas clínicas conveniadas pelo Sistema Único de Saúde em Vitória da Conquista. “Já não sabemos mais o que fazer para salvar a vida do meu filho”, lamentou a mãe de Bruno, Maria Vitória Amaral. Sem previsão de vaga para tratamento ambulatorial, Bruno está impedido de deixar a UTI. Familiares esperam a transferência para Unidade Hospitalar fora de Vitória da Conquista, onde possa realizar o tratamento ambulatorial. De acordo com o jornalista Daniel Silva, o serviço é oferecido também em Brumado e Itapetinga.
No entanto, não há previsão de quando essa transferência será possível. A oferta de vagas no serviço público de hemodiálise em Vitória da Conquista é insuficiente há anos. A Joia do Sertão Baiano conta com duas clínicas conveniadas ao SUS. Juntas, deveriam ofertar aproximadamente 650 vagas para atender toda região, com mais de 2,5 milhões de pessoas. Porém, a quantidade de pacientes acolhidos está abaixo dessa capacidade. As clínicas alegam que essa redução no número de atendimentos deve-se muitas vezes a falta de insumos básicos, desabastecimento industrial, estoques no limite e reajuste exorbitante nos preços. Nesse sentido, as empresas reivindicam um cofinanciamento desse setor. Com a redução no número de atendimentos, muitos pacientes tem sido internados em leitos de UTI para realização da hemodiálise. A Secretaria Municipal de Saúde de Vitória da Conquista afirma que essa situação foi comunicada à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e ao Ministério Público do Estado da Bahia.
