
Na certidão de nascimento, constava o nome de Luís Henrique da Silva Pereira [29 de julho de 1968 – 10 de março de 2024]. Na certidão artística, Luís Henrique era Luisão Pereira. Ou simplesmente Luisão, compositor, multi-instrumentista e produtor musical, nascido em Juazeiro, também terra natal de João Gilberto [1931 – 2019] e Ivete Sangalo. A morte de Luisão Pereira na madrugada deste domingo, aos 55 anos, em Salvador, decorrente de mieloma múltiplo, entristece o meio musical, em especial o soteropolitano. Até porque foi em Salvador que Luisão Pereira se consolidou na carreira musical após ter integrado bandas de rock como Conjuntivite e Metalúrgica na adolescência vivida em Juazeiro, no Norte da Bahia. Em Salvador, Luisão fundou a Banda Cravo Negro e, uma década depois, foi admitido como guitarrista na Penélope, fundada por Érika Martins. A Penélope deu projeção nacional a Luisão Pereira, sobretudo na época do lançamento do primeiro dos três álbuns da Penélope, Mi casa, su casa. Com a dissolução da Penélope, Luisão lançou o primeiro disco solo, Nota de um samba só. Logo depois, formou o duo Dois em Um com a violoncelista Fernanda Monteiro. Desfeito o duo, Luisão ficou novamente solo, há seis anos, momento em que descobriu ter câncer, um mieloma múltiplo. Foi a batalha contra o câncer, combatido com sessões de quimioterapia, que inspirou o artista a gravar álbum solo autoral como cantor. Vislumbrado pelo single Licença e anunciado oficialmente com a edição do single Forte, o álbum Fogo no mar foi lançado em 2 de junho do ano passado. Com 11 músicas gravadas com as participações de artistas como Mãeana, Marcelo Jeneci e Zé Manoel, o álbum Fogo no mar funcionou como um testemunho da fé de Luisão Pereira na vida que, do (limitado) ponto de vista da matéria, se extinguiu na madrugada de domingo (10).