Seis mulheres, uma de 18 anos e cinco idosas, foram resgatadas de um falso Centro Terapêutico para dependentes químicos em Planalto, no Centro Sul Baiano, na sexta-feira (15). O espaço funcionava sob os cuidados de um casal de pastores, que cobrava entre R$ 500 e R$ 1 mil por mês para acolher as vítimas. Das seis internas regatadas, duas eram de Mata Verde, no Norte de Minas Gerais, duas de Vitória da Conquista, uma de Nova Canaã e outra de Jequié. Elas foram atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CREAS) e, em seguida, entregues às famílias.
O resgate foi feito pela Secretaria de Assistência Social e 79ª Companhia Independente de Polícia Milita após denúncias. “Recebemos denúncias de órgãos municipais e do Ministério Público, de que estariam ocorrendo crimes contra a mulher e também de saúde pública no interior dessa residência”, explicou o tenente Oseias Varges. Conforme apuração da TV Sudoeste, as mulheres viviam em péssimas condições sanitárias e trancadas em quartos. Elas dormiam em beliches feitos de ripas e com pregos expostos.
Familiares relataram que as acolhidas foram violentadas e estão com o psicológico muito abalado. Durante o resgate, algumas internas precisaram, inclusive, ser carregadas por policiais. No local, foram encontrados vários remédios sem receita médica. Nenhuma das internas tinha cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS) e não há informações sobre como o casal conseguia os medicamentos, entre eles remédios tarja preta e estimulantes sexuais.
Além de cobrar para acolher as vítimas, em alguns casos, o casal também ficava com o cartão de benefício social das mulheres, sacava o dinheiro e retia o valor. O prédio foi vistoriado e constatado que as internas eram agredidas verbalmente, fisicamente e sexualmente. Durante a operação, apenas a pastora estava no imóvel. Ela foi conduzida à Delegacia Territorial de Polícia Civil, ouvida e liberada. As seis vítimas também prestaram depoimento. O pastor não foi encontrado. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso.