A Defesa Civil afirma que 78 mortes foram confirmadas em razão dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul, conforme boletim divulgado às 18 horas do domingo (5). Outros quatro óbitos já confirmados estão sendo investigados, para verificar se têm relação com a tragédia. Além dos mortos, há 105 desaparecidos e 175 pessoas feridas. A Defesa Civil soma 134,3 mil pessoas fora de casa, sendo 18,4 mil em abrigos e 115,8 mil desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao todo, 341 dos 496 municípios registraram algum tipo de problema, afetando 844 mil pessoas. A rodoviária de Porto Alegre ficou totalmente alagada, segundo informações do gerente de operações Jorge Rosa. Todas as viagens de chegada e saída foram canceladas. Já o Aeroporto Salgado Filho foi fechado “devido ao elevado volume de chuvas”. Em entrevista coletiva na manhã deste sábado (4), o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), pediu que a população faça racionamento de água. “Quase uma determinação”, disse Melo.
Quatro das seis estações de tratamento de água não estão funcionando. Os temporais deixaram presídios ilhados devido às enchentes causadas. Mais de 1 mil detentos precisaram ser transferidos de unidades prisionais. O Governo decretou estado de calamidade, situação reconhecida pelo Governo Federal. Com isso, o Rio Grande do Sul fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais. A Defesa Civil colocou a maioria das bacias hidrográficas com risco de elevação das águas acima da cota de inundação. O Governo Federal enviou 100 integrantes da Força Nacional para o Rio Grande do Sul na tarde desta sexta-feira (3).
A tropa federal ajudará nas operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes. Dos 100 enviados para a região, 60 deles são bombeiros para auxiliar na resposta ao desastre causado pelos temporais. Também serão deslocados 25 caminhonetes, dois ônibus, um caminhão e três botes de resgate. São 36 policiais federais que estão envolvidos diretamente nos trabalhos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) mobilizou 75 agentes para as operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes, além de sete especialistas em resgate. Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexos de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva. A tragédia está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor. A previsão é de que a condição se mantenha com acumulados que podem chegar até 400 milímetros. O volume deve se somar aos mais de 300 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias.