Jeremias Macário | O nosso Congresso é um cancro

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Se é que se pode dizer que é nosso, por que mais pertence a eles como propriedade privada do que a nós que pagamos caro, com algumas exceções dos seus membros, o Congresso Nacional não passa de um cancro que simboliza o atraso no Brasil com seus projetos de retrocesso que emperram os avanços nas áreas social, educacional, cultural, política e econômica. Na falta de outras palavras mais fortes para definir sua atuação, é uma instituição vergonhosa e altamente conservadora de extrema direita, cujas propostas deixam os brasileiros estarrecidos, como a tentativa de emplacar uma PEC à Constituição que vai levar a privatização das nossas praias e, consequentemente, provocar sérios impactos ao meio ambiente que já está destroçado. Continue a leitura.

A ideia da emenda de extinguir as áreas terrestres da marinha no entorno de 33 metros da maré alta, de rios e lagos e passar para foreiros e concessionários é altamente nociva, não somente para nosso ecossistema, como para a população em geral que terá que pagar se quiser ir à praia para ter seus momentos de lazer e entretenimento.

É um absurdo dos absurdos. Aliás já vivemos acostumados com tantos absurdos que muita gente nem liga mais e não toma partido, como se não lhe atingisse. Tudo isso significa privatizar uma extensão da nossa costa marítima de 8.500 quilômetros impedindo o livre acesso do povo às praias.

Trata-se de mais um ataque ao meio ambiente que será explorado pelos poderosos com a instalação de suas mansões, numa visível agressão ao que ainda resta da nossa Mata Atlântica, da flora e da fauna.

Outra proposta, em avaliação na CJC (Comissão de Justiça e Constituição) do Congresso Nacional, composto de 513 deputados e 81 senadores, cheira a ditadura, com métodos diferentes. Os extremistas conservadores, numa forma de revanchismo, querem cortar os benefícios do Bolsa Família e outras ajudas do governo federal aos mais necessitados para quem participar de invasões de terras e prédios, bem como de manifestações reivindicatórias em defesa de suas categorias. É como proibir protestos de movimentos sociais.

Sem falar aqui da bancada ruralista que aprova a utilização de mais agrotóxicos venenosos proibidos na agricultura, contaminando solos e rios; flexibilização das licenças ambientais; mais desmatamentos florestais; e leis protetivas ao garimpo na Amazônia, é este o Congresso sujo, mais caro do mundo, que temos e eles ainda abrem a boca para dizer que tudo está sendo feito pelo bem do pais, no sentido de desburocratizar e facilitar o avanço do progresso.

São esses caras de paus do retrocesso que se dizem patriotas representantes do povo; falam de família, tradição e pátria; e se colocam como arautos de Deus, na maioria evangélicos conservadores e fanáticos negacionistas. Na verdade, não passam de criminosos que estão a serviço do diabo na criação de fake news e travam o desenvolvimento do Brasil.

Esse bando de salteadores, muitos ligados a traficantes e milicianos, que mandam matar quem atravessar seus caminhos, também pertence à bancada da bala que defende a matança dos mais pobres, a exclusão social e mais armas nas mãos dos bandidos. Estamos vivendo numa linha perigosa do extremismo, graças à manipulação dos eleitores, a grande maioria alienada e sem nenhuma consciência política por falta de educação.
Além de ser o cancro do Brasil, com suas leis retrógradas e medievais de terraplanistas, é um Congresso de bilhões de reais, composto por uma elite burguesa atrasada que prima pela morte da nossa gente pobre e do meio ambiente.

É um Congresso racista, homofóbico, xenófobo, misógino e, acima de tudo, antipatriótico que bate continência para as bandeiras imperialistas. Essa turma é enganadora do nosso povo incauto, subjugado e submisso. Eles representam o que existe de mais pior como ser humano. Temos um monstro dos monstros, mais frio dos frios. Em nosso Brasil de hoje, infelizmente, este Congresso está agindo como um Estado autoritário.

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do BLOG DO ANDERSON


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